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Panetone o ano todo é bom?

Panetone o ano todo é bom?

por Helena Jacob

Eu adoro panetone. O de frutas, tradicional. Quanto mais frutinhas e uvas-passas, melhor. Amo a textura, o cheiro – que muita gente odeia – e, claro, o gosto. Quando criança ficava ansiosa esperando os primeiros panetones chegarem às lojas e mesmo que esse tipo de alimento fosse muito caro há 30 anos, eu sempre acabava convencendo meu pai a comprar um deles antecipadamente pra mim – coisas de filha caçula.

Hoje panetone não tem mais época, você pode comer o ano todo. Não tem mais sabor fixo, o tradicional bolo de natal italiano pode ser de morango, doce de leite, goiabada, integral… Pode ser comido em fatias, quente, acompanhando o café, em lojas especializadas que, por sinal, proliferam muito em cidades como São Paulo. O brasileiro tende a gostar de panetone e os elementos dessas lojas, muitas vezes, trazem agradáveis memórias afetivas, que é o meu caso.

Sim, os tempos mudaram e especialmente mudou o mercado, que se especializou oferecer todos os produtos o tempo todo. Nessa conta entram os parques industriais que só aumentaram nos últimos anos, o investimento massivo em marketing e uma luta feroz por fatias de mercado, que são disputadas a tapa pelas marcas. Assim, oferecer produtos amados o tempo todo é uma estratégia para não se perder espaço.

O problema é que esse é o fim dos rituais, é o fim de esperar o dia do panetone. Ou o mês do morango, da mexerica, do pequi. Perdemos cada vez mais a conexão com os ritos de espera e recompensa, com as tradições, que nos constituíram como espécie dotada de cultura. Claude Levy-Strauss tratou justamente desses rituais culinárias na sua séria “Mitológicas”, especialmente nas obras O Cru e o Cozido e A origem dos modos à mesa, discutindo como cozinhar e criar rituais em torno da comida ajudou a nos organizar como espécie humana. Assim, ao perdermos os rituais, perdemos um pouco da nossa essência.

Voltarmos a respeitar tradições e sazonalidades só faria bem às nossas crianças. Seres afeitos por questões de organização interna a tarefas repetitivas, os pequenos tendem a valorizar mais aquilo que se apresenta em determinadas época e, como todo ser humano, a valorizar o que é mais escasso. Não sei se meu filho terá memórias de panetone, por exemplo. Ele não gosta do bolo e vê lojas especializadas desde que nasceu por toda a nossa cidade – assim, não tem porque ter apego a panetones. Mas espero que ele se lembre dos pratos que eu cozinho do Natal, como o Bolo de Rosas, uma espécie de rosca com frutas cuja receita herdei da minha mãe. Só faço a receita no Natal – um pouquinho de militância nesse mundo tão insano.

 

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Helena Jacob

Contato:

Helena Jacob
Apaixonada por cozinha desde criança, fiz o meu primeiro bolo completamente sozinha aos 9 anos. Desde então a paixão virou coleção de livros e revistas e dois títulos acadêmicos: mestrado e doutorado, cujos temas unem duas paixões: alimentação e comunicação. Depois vieram as palestras, eventos e, num futuro próximo, nascerá um livro.

Sou jornalista e passei por diversos jornais e revistas, mas só atuei com gastronomia diretamente em apenas um deles, o jornal Destak, onde tive uma coluna nessa área. No entanto, não faltam “frilas” e textos no meu currículo sobre esse tema tão apaixonante.

Hoje sou também professora universitária e me realizo orientando trabalhos incríveis sobre alimentação, gastronomia e culinária, com alunos maravilhosos e sempre ávidos a discutir essa fonte inesgotável de discussão que nos move diariamente. Acredito que o tema alimentação deve estar presente em todo tipo de debate sobre questões políticas, econômicas e sociais, pois comer é um ato político e sagrado, que conecta nosso corpo à natureza. Precisamos nos divertir ao comer, mas temos que ter consciência sobre todos os aspectos que a comida traz à nossa vida - e é justamente essa a proposta para discutirmos aqui.

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