Tratamento homeopático durante a gravidez
por Walter Swain Canôas
O estado gravídico, também chamado gestação é o período entre a fecundação do óvulo e o parto. Este período determina uma verdadeira revolução no organismo da mulher, exagerando suas funções metabólicas e determinando modificações funcionais e morfológicas profundas variáveis em cada caso.
É claro, o organismo materno deve dar conta dos cuidados de si e promover o organismo fetal e a mulher deve dar conta em alguns meses de tornar-se mãe e ter uma família ou aumenta-la. Isto é digno dos trabalhos de um Hércules e deve ocorrer invariavelmente em 10 ciclos lunares completos!
Por isso nos cercamos de ajudas em todos os planos com mães, pais, avós, avôs, amigas, amigos, doulas, parteiras, obstetras, Nossa Senhora do bom parto, pílula de Frei Galvão e outras bênçãos. A concepção não apresenta sintomas, mas duas semanas depois os fenômenos começam, explicados pelas alterações hormonais que desequilibram tudo principalmente nos primeiros 3 meses.
É uma defesa, pois há necessidade de nutrir dois organismos ao mesmo tempo, o que exige aumento da alimentação. A menstruação some, aparece fome e sede aumentadas, com desejos e aversões, salivação, vômitos e enjoos. A pele muda, as mamas aumentam, a fisionomia muda, nem as roupas servem mais… o útero aumenta 40 vezes o seu volume normal!!! Inchaços, rejeições, medos e preocupações, disputam com a alegria, o amadurecimento, a responsabilidade.
É honrar a VIDA de forma plena, entregando-se totalmente ao desconhecido conhecido. Os sintomas da gestação não devem ser medicados por serem defesas e adaptações do organismo geneticamente determinados e que se limitam em si mesmos sem riscos nem à gestante nem ao feto. Porém em alguns casos temos que intervir com algum medicamento se alguma das condições habituais tomar proporções de risco.
O que fazer? É consenso que não devemos medicar a dupla mãe/bebê sem necessidade, principalmente naquele momento inicial de 3 meses onde o pequeno ovinho humano passa por transformações universais embrionárias até virar um feto humano. É notório que os medicamentos têm capacidade de gerar malformações congênitas (teratogenicidade) ou trazer alterações no desenvolvimento fetal até o final da gravidez. Aqui eu digo, QUALQUER medicação.
Mesmo os ditos naturais, se estes suprimirem as defesas naturais. Então só estamos autorizados a medicar na gestação se os benefícios superarem os riscos. É claro que a HOMEOPATIA surge como a opção ideal se houver necessidade de medicar, uma vez que trabalha com princípios ativos imateriais que tem toxicidade nula, porém não são inócuos e devem ser orientados com cuidado.
Vale muito uma orientação precisa de dieta e higiene geral com ênfase na qualidade da alimentação, que deve estar adequada na quantidade e preparo, de acordo com a cultura da família e a ocupação da mulher. Evitamos a automedicação e o uso de substâncias nocivas a este período, principalmente em respeito ao feto que necessita se desenvolver e tornar-se apto à vida em tão breve espaço de tempo.
Aqui a Homeopatia realmente traz algo de novo e surpreendente, observando que o organismo materno se encontra num momento muito sensível ao medicamento homeopático melhor indicado. Passado o período embrionário, torna-se possível tratar as alterações crônicas que se apresentem, sendo necessário olharmos os sintomas de antes da gravidez, e não os sintomas atuais, removendo os estados patológicos e promovendo os objetivos necessários à boa evolução da gravidez e do feto.
Como já observava Hahnemann e pude comprovar na minha prática como obstetra, liberando o organismo das alterações crônicas da energia vital, promovemos uma liberação da fisiologia natural como a boa posição fetal para o parto, bom trabalho de parto, liberamos o feto das possíveis alterações, vícios da conformação fetal, e amparamos a mulher no período puerperal frente às pressões psicológicas.
Podemos estender os efeitos benéficas para a prevenção dos estados patológicos do pós-parto imediato e início da amamentação. Devemos medicar a mãe e o bebê juntos, através da amamentação quando se fizer necessário, sem os efeitos tóxicos para ambos, e ajudando neste delicado período onde a família esta se formando ou aumentando, amparando em conjunto todas as diversas dimensões do indivíduo, numa totalidade indivisível.