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Preconceito nosso de cada dia

por Carolina Ignarra

Ter deficiência nessa minha existência no mundo, me fez perceber tanta coisa de um jeito diferente. Passei a me perceber mais, passei a me conhecer mais e a me fortalecer mais.

Em 2001, logo após o acidente de moto que me deixou paraplégica, entendi que o primeiro comportamento que eu precisaria trabalhar em mim era a humildade e o segundo era a empatia.

Humildade, pois a partir daquele momento eu passei a perceber o quanto precisamos um dos outros. Eu só tinha 21 anos, fui educada para ser independente e fazia tudo sozinha, eu achava que não precisava de ninguém. A deficiência traz ajudas pontuais, pega, empurra, carrega, segura… destas ajudas, só os bebês, doentes, os machucados, as pessoas com deficiência e ‘velhinhos’ precisam. E a deficiência também nos faz perceber as ajudas emocionais… abraços, reconhecimentos, carinhos, presença, sorrisos, incentivos… destas ajudas, ninguém está livre, todo mundo precisa. Então fortalecer a humildade é bom para mim, para você e para todo mundo.

Empatia, atitude de se colocar no lugar do outro, considerando a vida e os sentimentos do outro. Empatia é um exercício de conexão verdadeira. Não é legítimo nos colocarmos no lugar do outro considerando a nossa realidade, ser empático é entender o outro, considerando a realidade dele. Por exemplo, o que uma pessoa que utiliza transporte público sente em uma manhã de chuva não é o mesmo sentimento de outra pessoa que utiliza carro, na mesma manhã chuvosa. Ou seja, entender o atraso de um colega de trabalho nos dias chuvosos, só é possível quando consideramos a realidade dele.

Nesse exemplo simples de chuva, parece ser fácil ser empático, quando os fatos são mais delicados e complicados, ser empático passa ser um dom, de pessoas evoluídas, conscientes de seus comportamentos e atitudes.

Nesse movimento e vontade legítima de me desenvolver aproveitando aquele momento adverso da minha vida, me fez evoluir muito. Comumente vem a minha consciência um pensamento que costumo expressar: “com a deficiência eu mais ganhei do que perdi”.

Os ganhos que me refiro são comportamentais, são ganhos que equilibraram a minha saúde emocional e que me fizeram passar por tantos momentos esquisitos, de um jeito leve.

Será que devo chamar de momentos esquisitos as atitudes preconceituosas da sociedade? Acho que sim, porque é esquisito estar parada na Av. Paulista, esperando uma amiga de trabalho para irmos a uma reunião e uma senhora passar e deixar 2 reais no meu colo. É esquisito no meio do supermercado, um senhor abraçar e parabenizar meu marido pela família linda que formamos. É bem estranho estar em um elevador, subindo para trabalhar e alguma senhora me questionar se estou indo ao médico. Praticamente todos os dias passo por algum olhar preconceituoso.

E para mim, tudo isso faz parte! Levo de um jeito leve, pois entendo as pessoas. Lembro que quando eu não usava cadeira de rodas, não sabia nada sobre o que é ter deficiência e era cheia de preconceitos sobre esse assunto.

O que é preconceito? É ter um PRÉ CONCEITO. Ter uma opinião ou sentimento pré-concebido, formado sem suficiente conhecimento. Todos nós, seres humanos, temos preconceito. Quando conhecemos uma pessoa, levamos 1/20 (1 vinte avos) de segundo para formar uma opinião sobre alguém que acabamos de conhecer. É muito rápido! Não conseguimos evitar que esse pensamento venha à nossa cabeça. O que conseguimos é pensar antes de reagir, entender se o que está em nossa cabeça é informação suficiente para emitir a opinião, ou para decidir algo em relação à pessoa.

Com essa consciência, atitudes preconceituosas podem ser evitadas, se não falarmos ou agirmos assim que algo vem à nossa cabeça, evitaríamos os casos que contei aqui e que são recorrentes em minha vida. Quando há dúvida, temos que entender mais, perguntar é um caminho para aprender. Se a senhora no elevador, ao invés de me perguntar se estou indo ao médico, tivesse feito a seguinte pergunta: “para onde você está indo?”, eu responderia que estou indo trabalhar. O preconceito dela não teria me atingido e com a resposta ela poderia quebrar o paradigma que pessoas com deficiência são ou estão doentes.

Ufa! Falamos de adversidade, humildade, empatia e preconceito. Tanta coisa que aprendi, devido ao grande desafio da minha vida. Tenho orgulho de educar minha filha com princípios mais conscientes. E consciência antes de agir é sempre muito bom para não se indispor com as pessoas e viver em ambientes mais saudáveis e felizes.

 

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Carolina Ignarra

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Carolina Ignarra
A "Carol" é consultora de inclusão de profissionais com deficiência e fundadora da Talento Incluir. É formada em educação física, pós-graduada em dinâmicas dos grupos e especialista em neuroaprendizagem. Desde 2004 atua em programas de implantação de cultura de Diversidade e Inclusão nas organizações e desenvolve a inclusão socioeconômica de profissionais com deficiência. Saiba mais sobre este Colunista.

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