• Pedidos
  • Minha Conta
  • Entrar
  • Carrinho
    • R$0,00

Titi Vidal

  • Sobre
    • Titi Vidal
    • Equipe Titi Vidal®
      • Mariana Bassan
      • Bruna Barella
  • Atendimentos
    • Astrologia
    • Tarô e Lenormand
    • PS Astrológico
  • Cursos
  • Artigos
    • Artigos mais Lidos
    • Artigos por Assunto
    • Artigos por Autores
    • Céu do Momento
      • Calendário Astrológico 2025
    • Estrelas Fixas
    • Rede Bellatrix
    • Mercúrio Retrógrado
    • Pet Astral
  • Signos
    • Signo do Mês
    • Seu Signo
    • Horóscopo
    • Horóscopo Semanal
    • Horóscopo Mensal
    • Horóscopo Anual
  • Seu Mapa
    • Mapa Astral Online
    • Mapa Grátis
    • Minha Conta
    • Carrinho
  • Loja
  • Podcasts
    • Podcast Astrológicas
    • Os Gêmeos
  • Mídia
    • Parcerias
    • Links
  • Contato
    • FAQ – perguntas frequentes

Para onde vamos?

Para onde vamos?

por Pedro Ortiz

A liberdade de locomoção é um direito fundamental, garantido pelo artigo 5º da Constituição Federal brasileira, de 1988. Mas nas últimas semanas, esse direito ficou travado, bloqueado, congestionado ou mesmo saiu de circulação em praticamente todo o país, com a greve dos caminhoneiros e seus desdobramentos e consequências que nos afetaram a todos, em maior ou menor grau.

As reivindicações dos caminhoneiros, categoria que representa segundo algumas fontes, mais de 1,2 milhão de trabalhadores, são justas, pertinentes e há muito vinham sendo vocalizadas de diversas formas. Ainda assim, impedir que o livre direito de ir e vir dos cidadãos seja cerceado, unilateralmente e com graus variados de violência, não chega a ser um bom exemplo de atitude cidadã.

Muitos pontos de vista conflitam, convergem ou divergem sobre essa questão, que é complexa, polêmica e talvez nunca vá ser totalmente consensual. Os caminhoneiros, nas suas várias categorias e divisões, representações, autônomos ou empregados, merecem mais respeito e ouvidos menos “moucos” por parte do poder público em vários níveis e de boa parte dos empresários do setor de logística e transporte de cargas. Tantas outras categorias profissionais e a sociedade em geral, também merecem mais respeito e consideração.

Há mais de seis décadas, os dirigentes do país, com apoio e “lobbies” de diversos segmentos como a indústria automobilística e as empreiteiras de obras de infraestrutura optaram por priorizar como modal de transporte de cargas o rodoviário. Isso, desmantelando e literalmente enterrando uma malha ferroviária que, desde o início do século XX, vinha crescendo e interligando regiões importantes e em franco desenvolvimento, transportando a produção agrícola para os grandes centros e portos, levando passageiros pelo Brasil afora.

Hoje, mais de 75% da distribuição de insumos e produtos industrializados é feita por caminhões e carretas pelas rodovias brasileiras, muitas em condições precárias ou intransitáveis e outras, privatizadas, com pedágios altíssimos. A atual política de preços de combustíveis praticada pela Petrobras e as refinarias/distribuidoras privadas/multinacionais, atrelada ao mercado internacional e as flutuações do preço do barril de petróleo em dólares, mais a redução dos valores de fretes, aumento dos outros insumos além dos combustíveis, geram uma somatória perversa e uma conta que não fecha para os caminhoneiros. Que decidiram, estrategicamente, parar o país.

Mesmo com a pertinência e legitimidade das reivindicações, não podemos deixar de enxergar alguns elementos um tanto estranhos nessas manifestações de indignação com a situação geral. Clamar por uma intervenção militar é demonstração de ignorância em relação ao processo histórico, além de inconstitucional e total falta de bom senso. Ainda que imperfeita e com muitos pontos a serem aprimorados, conquistados, a democracia é imensamente superior a qualquer regime totalitário. E a parcela significativa da sociedade (e também em outros países) que lutou/lutamos para a superação das ditaduras, sabe o valor que isso tem.

Se hoje estamos nesse momento de perplexidade geral, com muitas dúvidas e incertezas sobre o presente e o futuro, é importante fazermos, individual e coletivamente, uma autocrítica sincera. E pensarmos, que projeto de país queremos? Se instituições em todos os níveis estão desgastadas e carecem de credibilidade, nas várias esferas do poder, porque não repensá-las, resgatando seu papel e, com inteligência e criatividade, propormos novas formas de atuação política cidadã? Há exemplos interessantes em curso.

Para onde vamos (se vamos)? Sofremos um governo fraco e carente de legitimidade, errante e que tem dificuldades em negociar, como interlocutor e articulador de saídas políticas viáveis ou na elaboração de um novo pacto de governança. Partidos tradicionais, sindicatos, movimentos e muitas outras instituições e setores da sociedade também carecem de criatividade e capacidade de reinvenção nesse momento delicado da nossa história como nação e povo.

Com tantas crises de várias origens e dimensões não só aqui, mas rondando o planeta, ameaças de graus variados, intolerâncias, retrocessos políticos, culturais, sociais, ambientais, comportamentais e por aí afora, a leitura das manchetes diárias me traz uma sensação mista de revolta e ironia, e há tempos costumo dizer que o futuro da humanidade parece “Blade Runner”, mas o presente está mais para “Mad Max”.

Se queremos que essas referências continuem no nosso imaginário como excelentes obras de ficção científica, cabe a cada um de nós assumir as responsabilidades e pró-atividade em busca de alternativas viáveis, que não serão construídas num passe de mágica ou recorrendo a salvacionismos sem saída. É um processo lento, diário, persistente, um aprendizado. Não há fórmulas, nem caminhos pavimentados. Ainda bem!

“Caminante no hay camino, se hace camino al andar” (Antonio Machado/Joan Manuel Serrat).

PD: minha sincera e afetuosa homenagem ao mestre de todos nós, o grande jornalista e democrata Audálio Dantas.

https://www.youtube.com/watch?v=vIEUWDYVpHg

Foto: Tomaz Silva/Ag.Brasil – Fotos Públicas

Compartilhe
Compartilhe no Facebook
Facebook
Tweet about this on Twitter
Twitter
Print this page
Print

Pedro Ortiz

Contato:

Pedro Ortiz
Pedro Ortiz é jornalista, documentarista, professor universitário. Doutor em América Latina – Comunicação e Cultura, pelo PROLAM-USP. Professor na Faculdade Cásper Líbero e no Centro Universitário Belas Artes de São Paulo. Casado com a Titi Vidal, pai da Luiza, do Alexandre e da Maria Alice. Adora gatos e cães, cozinhar, viajar, conhecer paisagens e culturas diferentes, mergulhar na experiência do inédito e do desconhecido, cultivar a conversa e amizades. Admirador do cinema, da literatura, da fotografia e de todas as artes. Preocupado com os rumos da sociedade, os desafios socioambientais, tecnológicos e os impasses contemporâneos. Há muito tempo decidiu navegar na contracorrente, na busca da terceira margem, das soluções possíveis e também das utopias de cada dia.
Sua coluna A Terceira Margem acontece na Rede Bellatrix quinzenalmente, sempre às quintas-feiras.

LEIA OUTROS TEXTOS DESTE COLABORADOR →

Newsletter


Redes Sociais

© Todos os direitos reservados • 2013 por • [email protected]