O outro que habita em mim: como saber de outras pessoas a partir do seu mapa natal
por Titi Vidal
Um mapa astrológico é sempre único e individual. Fala da própria pessoa e de sua vida. É exclusivo, já que considera o momento e local exatos do nascimento de uma pessoa, e o céu nunca se repete. Cada planeta fala sobre determinados assuntos, assim como cada casa astrológica diz respeito a assuntos específicos da nossa vida. Mas, além de nós mesmos, podemos ver outras pessoas em nosso próprio mapa natal. Ou pelo menos nossa relação com essas pessoas e os vínculos que formaremos com cada uma delas. Assim, algumas casas, além de assuntos, possuem também pessoas.
É o caso da casa três, que contém nossos irmãos, tios, primos e parentes próximos, além dos nossos vizinhos e também colegas de cursos, entre outros. Nesta casa, podemos avaliar como será nossa relação com essas pessoas. Com isso, sabemos, por exemplo, se alguém se dá bem com os irmãos, se tende a ter boa relação com vizinhos e se algumas dessas pessoas podem viver algum tipo de problema na vida.
Claro que o mapa é nosso e por isso apenas saberemos das outras pessoas o que nos diz respeito. Na casa quatro, por exemplo, vemos nossa família de origem. E também a família que vamos formar. Entre todos, está principalmente a nossa mãe. Assim, numa análise em conjunto com Lua e outros pontos do mapa, podemos saber o perfil da nossa mãe, nossa relação com ela, etc. Na casa cinco temos os namorados e namoradas, os filhos. Na casa seis estão nossos funcionários e colegas de trabalho.
Na casa sete, os outros de forma geral. Nossas relações, independente da natureza, sempre passam por essa casa. Na casa sete temos os sócios, os parceiros. Temos também os inimigos declarados. E, principalmente, temos maridos e esposas. Aqui também estão os nossos clientes, os médicos, advogados e outros prestadores de serviço que buscamos ao longo da vida. Por isso, se tendemos a ter problemas com clientes e prestadores de serviço, isso pode indicar uma dificuldade de relação também num casamento ou sociedade.
A casa sete é a casa naturalmente oposta à casa um. O outro que é meu oposto complementar. Por isso é a casa do casamento e ao mesmo tempo a casa do inimigo. Porque nessa oposição, temos o meu oposto, o diferente de mim. Mas tenho também o complementar. Eu busco no outro aquilo que falta em mim.
Por isso, quando reclamamos muito do outro ou percebemos que estamos sempre atraindo pessoas que de alguma forma são parecidas, é porque nós mesmos precisamos mudar. Temos que rever nossos padrões e mudar para que o outro passe a se relacionar de forma diferente conosco.
Por exemplo, alguém que sempre reclama do chefe pode mudar de trabalho, mas sua casa dez, casa do chefe, continua a mesma. O que vai acontecer é que essa pessoa terá que lidar com um outro chefe que, mais cedo ou mais tarde, tende a apresentar problemas ou questões muito parecidas. Isso porque eu mudo de trabalho e levo meu mapa junto, assim como quando eu mudo de namorado, o meu mapa continua sendo o mesmo.
Isso significa que o padrão está lá, dentro de mim, impresso no meu mapa astrológico natal. Por isso, se queremos atrair uma relação nova, temos que conhecer nosso próprio padrão e mudar, já que qualquer indicativo no mapa pode ser vivido de maneiras diferentes, desde que tenhamos consciência disso, já que sempre é possível mudar.
Isso também significa que se desejamos mudar o mundo, precisamos mudar a nós mesmos, já que de certa forma, todo mundo também vive dentro de nós mesmos.
Por isso, o melhor caminho para qualquer mudança, seja uma relação pessoal ou seja toda a sociedade, é sempre olhar para si mesmo, e mudar a si mesmo, pois a mudança geral sempre parte da individual.
*Imagem: Paulo Triptelli