O Amor precisa existir
por Angelo Mugia
“Não precisa morrer para ver Deus. Não precisa sofrer pra saber o que é melhor para você”
(Criolo)
No último post de abril, o tema foi sobre a nova travessia a ser feita pela humanidade, por tempos tão difíceis que estamos passando, buscando a reflexão e a mudança para sermos melhores. Confesso que em certos momentos, vendo a realidade brasileira, fico espantado e desanimado com tanta insensatez, loucura e falta de respeito e empatia do sociopata que governa o Brasil.
Na busca do tema a ser abordado neste texto e relendo meus posts anteriores, percebi que o que postei em agosto de 2019 – E a palavra amor, cadê? https://old.titividal.com.br/e-a-palavra-amor-cade/ permanece muito atual. E mais do que nunca o “Amor precisa existir”. E é esse o mote que uniu Criolo e Milton Nascimento para criarem uma campanha com fundo solidário para arrecadar recursos para a população em situação de vulnerabilidade social durante a pandemia do COVID-19. O projeto arrecada doações através da plataforma de crowdfunding (https://benfeitoria.com/existeamor) administrada pela Benfeitoria. Os recursos serão repassados para organizações como É de Lei, SP Invisível, Arsenal da Esperança, entre outras. Estão sendo lançados junto à campanha alguns EPs de Criolo com Milton Nascimento. Destaco a releitura que fizeram para “Não existe amor em SP”, na qual são acompanhados pelo pianista recifense Amaro Freitas – https://www.youtube.com/watch?v=vwjVbpKlTUc
Em outro post – Natureza e os sons https://old.titividal.com.br/natureza-e-os-sons-2/ – publicado em junho de 2019, em que cito o documentário “O Sal da Terra”, de Wim Wenders e Juliano Ribeiro Salgado, sobre o trabalho do fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado, me remeteu ao manifesto “Ajude-nos a proteger os índios da Amazônia da COVID-19”. Nesse documento, Sebastião Salgado e sua mulher, a designer gráfica Lélia Wanick Salgado, pedem ao presidente Jair Bolsonaro para que adote medidas imediatas para defender os povos da floresta da ameaça da pandemia. O manifesto já reuniu mais de 230 mil assinaturas, incluindo de personalidades como o príncipe Alberto 2º de Mônaco, Paul McCartney, Madonna, Pedro Almodóvar, Juliette Binoche, atores, cineastas e artistas do mundo todo. Você pode aderir à esta campanha nesta plataforma https://secure.avaaz.org/po/community_petitions/presidente_do_brasil_e_aos_lideres_do_legislativo__ajude_a_proteger_os_povos_indigenas_da_amazonia_do_covid19/?fpla
Complemente sua ação solidária ouvindo a canção “Somos todos índios”, de Vinícius Cantuária e Evandro Mesquita, na voz de Maria Rita Stumpf acompanhada por Paulo Santos, do UAKTI, na marimba, Danilo Andrade nos teclados e piano, Ricardo Bordini no clarinete, Jovi Joviniano e Marcos Suzano na percussão, Matheus Câmara no violão e um coro de crianças.
E neste tempo de partidas e de saudades que deixam em nossos corações, ainda está muito presente a beleza da obra do grande cronista e compositor brasileiro Aldir Blanc. De sua extensa obra, muitas delas com seu parceiro e amigo João Bosco, quero destacar “Corsário” – https://www.youtube.com/watch?v=XDnNskty528. Antes de cantar esta música, João Bosco diz um poema de Maiakovsky, do qual destaco as seguintes frases: “O mar da história é agitado. As ameaças e as guerras havemos de atravessá-las, rompê-las ao meio, cortando-as como uma quilha corta as ondas”.
E nunca perder a esperança em um mundo melhor. E essa fé vem das nossas crianças e jovens. É neles que devemos acreditar e investir. Finalizo este texto destacando a parceria entre Okaïdi e Playing for change Foundation em um projeto de música em 10 escolas primárias no distrito de Mirpur de Dhaka, em Bangladesh. Através desta iniciativa, mais de 500 crianças carentes, com idades entre 6 e 12 anos recebem educação musical gratuita como parte de suas atividades semanais na escola. Desfrute da canção “Don’t worry, be happy”, de Bob McFerrin, com crianças de várias partes do mundo – https://www.youtube.com/watch?v=qWFs9VAsCXs
“Eu queria ser feliz, invento o mar, invento em mim o sonhador”. (“Cais”, de Milton Nascimento / Ronaldo Bastos)