Feelings, nothing more than feelings
por Augusto Moya
Se você tem mais do que quatro décadas de existência (como eu), provavelmente já deve ter escutado esse hit.
Sucesso internacional, ficou no topo de quase todas as paradas musicais.
Hoje, símbolo de música brega. Presente em festas de casamento. Em casa de tias solteironas. Em estações de rádio questionáveis.
Mas o que “Feelings”, do brasileiro Morris Albert, tem de tão especial?
Romântica, melosa, perfeita para o gosto musical do início dos anos setenta.
Mas descobriram que “Feelings” era um plágio. De uma música francesa, “Pour Toi” composta em 1957.
Tanto que, processado, Morris Albert se viu obrigado a dividir os créditos (e os lucros) pela canção.
“Feelings” não era tão original assim.
Em comunicação, passamos o tempo procurando novas formas de conversar com as pessoas.
Nem sempre é fácil. Quantos comerciais com musiquinhas você tem visto na televisão?
Ivete Sangalo (ou qualquer outra celebridade) anunciando planos de celulares ou cursos em faculdades ou remédios contra gases?
Fazer algo novo não é tão simples assim, como diria Morris Albert.
É preciso estudo, experiência, compreensão e tempo. Mas, diferente das matemáticas da vida, é preciso também feeling.
Aquilo que, independente de todas as métricas e dados, marca você mais no coração do que no cérebro.
Em tempos de internet e big data, podemos saber quase tudo sobre a vida e os hábitos das pessoas.
Mas criatividade não é ciência exata.
Feeling é aquela faísca, aquele anjinho no ombro dizendo para você que o caminho é certo, independente de tudo à volta muitas vezes indicar o contrário.
Idéias originais vem sempre acompanhadas desse sentimento, desse frio na barriga.
Desse desconforto.
E a astrologia? Onde ela entra nessa equação?
Para mim, astrologia nada mais é do que uma pequena lanterna para iluminar o caminho do seu feeling.
Pode ser na próxima campanha publicitária. Pode ser na sua vida.
Morris Albert que o diga. Para ele, só faltou prestar mais atenção no próprio “feeling”.