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“ERA UMA VEZ…” A IMAGINAÇÃO NO CINEMA.

“ERA UMA VEZ…” A IMAGINAÇÃO NO CINEMA.

por Ana Maria M González

Fui assistir ao filme ERA UMA VEZ… EM HOLLYWOOD de Quentin Tarantino quase como uma obrigação porque é um diretor que já tem lugar garantido na história do cinema desde PULP FICTION. Desde então, mudou a maneira de fazer filmes. Ao terminar a sessão, eu estava eufórica e queria conversar, falar a respeito desse filme que nos convence e nos abraça. Por que motivo?

A CONSTRUÇÃO DA NARRATIVA

Com Al Pacino, caindo na real e… western spaguetti?

O filme apresenta a história do ator Rick Dalton (Leonardo DiCaprio) e do seu fiel dublê Cliff Booth (Brad Pitt). O ator está frustrado por sua carreira e tem no seu dublê a companhia e o suporte para situações variadas. É uma espécie de porto seguro, não muito longe do papel de um Sancho Pança, com olhar realista e pragmático.

A presença de Sharon Tate (Margot Robbie) casada com Roman Polanski surge na apresentação do filme, quando ela chega ao aeroporto de Los Angeles e ficamos sabendo que é vizinha de Rick. Depois ela é descrita em hábitos de seu cotidiano. Essa figura da realidade histórica com tudo o que ela representa, parece ser um indício de que vamos ver os acontecimentos de 1969 bem de perto. O diretor coloca marcas de tempo, mês e ano (Fevereiro e Agosto) como se estivesse desenvolvendo um documentário a respeito dessa época fatídica. Uma família hippie em LA, que seria parecida com a do Manson real, é acessada por Cliff (dublê). Pronto, temos todos os elementos da tragédia.

Sharon Tate, símbolo de uma era em Hollywood

Tudo desenhado intencionalmente para que nos sintamos próximos aos assassinatos de 1969, como um pano de fundo que pode a qualquer momento explodir. Em suspense, nos perguntamos quando vai ocorrer?  

Tarantino desenvolve as linhas narrativas que vão se mesclando aqui e ali junto a outros detalhes que as tornam mais complexas e ricas. O roteiro é afinado e os flash backs são certeiros acrescentando dados e dando rapidez ao desenho narrativo que o diretor deseja.  

Rick, morador de bairro nobre, vizinho de celebridade, carrega consigo a tristeza de se saber em queda na carreira, tendo que tomar a decisão de ir à Itália fazer western spaguetti. As cenas da menina personagem com Rick emprestam a ele uma possível sensibilidade. Uma ironia do diretor desenhando o herói decadente do faroeste e certa humanidade resgatada ao ator.

Cliff e a “família hippie”

Seu dublê o acompanha fielmente com discrição enquanto ele abre espaço para a entrada da família Hippie e esconde qualidades de defesa e de ataque que são aproveitadas em momentos oportunos. Uma homenagem à amizade e parceria da dupla.  Enquanto isso, acompanhamos Sharon e seu romantismo ingênuo e vaidoso, seu marido, amigos, festas. A rudeza da família hippie, a desmontagem desse mundo. E aspectos do mundo do cinema em Hollywood, seus profissionais e movimentos no cotidiano de trabalho. O mundo das séries de TV daquela época surge como aspecto tão importante como o mundo do cinema. É a cultura da imagem ganhando força e representatividade.    

Rick, imagem de uma carreira

E o diretor surpreende com a solução escolhida para o conflito, transformando a história real e criando o “Era uma vez…” que ele deseja. E dessa forma, a violência final surge como uma justiça que é feita em nome de cada um de nós.

OS RECURSOS DA LINGUAGEM CINEMATOGRÁFICA   

Tarantino extrapola limites do senso comum e nos carrega com ele. Brincadeiras de bom diretor de posse dos recursos da linguagem cinematográfica. Subversão dos conteúdos. Tarantino critica a realidade histórica, a ilusão de Hollywood.

Mesmo assim, a cidade de Los Angeles é descrita em seus detalhes por uma câmera apaixonada. A fotografia desenha uma cidade dourada, contando o sonho da Califórnia de 60, brilhante, pulsante. A sonoplastia enche a tela e nos envolve com o som daqueles tempos. Se a mensagem implícita é o final de um sonho, ele acaba em grande estilo. Nos deixamos enganar por ele. O tom é épico.

Há nesse filme uma reverência ao western, gênero americano que teve em “Era uma vez…no Oeste” de Sérgio Leone seu ponto alto. Não é coincidência.  Sérgio Leone naquela época fazia seus últimos filmes, dando adeus a uma era de glória. A mobilidade sobre trilhos transformava a realidade. Era um adeus ao herói da conquista do faroeste. Na Hollywood de Tarantino, há um herói triste em luta pela sobrevivência. Um sonho dourado que resiste. São dois diretores flagrando sonhos que se desfazem. Diálogo de gigantes.

Era uma vez… no Oeste, Sérgio Leone

Saí do cinema querendo mais da força do cinema que tem a partir da arte, o poder de desmitificar a realidade com bom gosto, com ironia e inteligência. A representação cinematográfica ressignifica a realidade. O “Era uma vez …” de Tarantino refaz o passado. A mensagem ao futuro está dada. A justiça é feita.

Sharon sai do cinema e estamos em Los Angeles.  A trilha sonora toca Califórnia dreamin´, The Mamas and The Papas. É momento de imersão na história, um momento mágico de sonho e imaginação. Vivermos o sonho de Sharon e de todos que acreditaram. Está permitida a emoção e o arrepio na alma.

Assistimos a uma visão crítica de Hollywood mas, permanece em nós uma saudade do sonho da Califórnia. Produto de imagens e de imaginação!  Será bom que Tarantino continue assim, um grande diretor de cinema.

PS: Se você gostou desta análise, pode ser que goste também de conhecer outra obra-prima da diretora inglesa Sally Potter, A FESTA. Visite o link.

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Ana Maria M González

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Ana Maria M González
As metáforas literárias chegaram primeiro. Depois, os mitos e símbolos astrológicos. Preparando planos de aula (Propaganda e Marketing), descobri a fotografia revelando a realidade. Um pulo só! e ela ganhou movimento. Era o cinema, pura magia. Pelo caminho, contei com graduação e pós-graduação na USP, livros, congressos e palestras. E atravessei quilômetros de paisagens nesse mundão generoso. Por tudo isso, sou grata à vida. Saiba mais sobre este Colunista.

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