Empatia para superar uma crise
por Lygia Pontes
Há algumas semanas, publiquei aqui na minha coluna Trabalhe Feliz um texto sobre a importância de respeitarmos o espaço dos outros. Mas, considerando o cenário atual, em que muita gente tem feito home-office devido a uma crise sem precedentes, tenho visto que os limites estão sendo ultrapassados de diversas formas: profissionais trabalhando muitas horas, gestores e clientes demandando demais – em alguns casos, muito mais do que para o que foi contratado – entre outros problemas.
Muitas dessas questões poderiam ser facilmente resolvidas se todos os envolvidos colocassem em prática uma atitude simples e que tem sido muito mencionada nos últimos dias: a empatia, que é chave para superar uma crise. De acordo com Brené Brown, pesquisadora e storyteller, que estuda vulnerabilidade, coragem, autenticidade e vergonha, “empatia atrai conexão”. Em uma palestra, que pode ser vista aqui, a professora da Universidade de Houston traz um estudo feito por Theresa Weiseman, estudante de enfermagem, que pesquisou profissões em que a empatia é chave e definiu quatro atributos da empatia:
- Considerar a perspectiva do outro como verdadeira
- Não julgar
- Reconhecer emoções nos outros
- Comunicar as emoções
Quando pensamos nesses quatro pontos parece simples praticar a empatia. Mas ela se torna um grande desafio quando somos diretamente impactados pelas atitudes das pessoas com quem precisamos praticá-la. Vamos pensar em um exemplo bem comum: uma pessoa da sua equipe está bastante abalada com a crise que estamos enfrentando, tem se preocupado demais com o futuro, embora não tenha sido infectada com a COVID-19. Por causa disso, a produtividade desse profissional está abaixo do esperado e isso tem impactado as suas entregas, afinal, vocês são uma equipe. Como consequência, você tem feito horas-extras e ficado bastante incomodado, sem contar o cansaço físico e mental.
Como podemos usar a empatia para superar essa crise?
Quando vivemos uma situação assim, nossa primeira reação costuma ser julgar mal o outro. Mas precisamos fazer algumas reflexões antes de tirarmos conclusões:
- Conhecemos a história de vida desse colega de trabalho?
- Temos detalhes do histórico de saúde desse colega?
- Sabemos se esse colega tem algum amigo ou familiar no grupo de risco da COVID-19?
- Temos informações se esse colega está enfrentando outros problemas?
Se não conseguimos responder essas perguntas com 100% de certeza para as pessoas mais próximas de nós, imagine para um colega de trabalho. Por isso, antes de tirar conclusões sobre a forma como seus colegas estão reagindo a essa crise – e a outras que vão surgir -, coloque em prática os 4 pontos mencionados acima. Caso você não consiga se lembrar de todos eles, existe um que pode ser usado como coringa: escute de verdade!
Quer saber mais sobre como colocar em prática a empatia e criar relações positivas no trabalho e fora dele? Entre em contato.
Foto: Perry Grone – Unsplash