Educar é um ato de desprendimento
por Marcelo Cunha Bueno
Enrique é um garoto conversador. Eu também sou. Gostamos de papear sobre coisas da
vida. Daí, os temas são variados: temas históricos, artes, religião, política, esportes. Ele quer saber de tudo e pergunta sempre a minha opinião. Procuro ser generoso com o que penso, quer dizer, procuro lhe dizer que essa é a minha ideia e que ele será sempre livre para pensar o que quiser.
Não sou radical na minha fala, afasto-me das verdades absolutas e sempre fecho com perguntas para que, a partir do que conversamos, possa refletir sobre o que começa a entender. Parece complexo, mas é necessário, nesses tempos em que vivemos, nos afastarmos de todas as maneiras possíveis de imposições de ideias e ideais. E não é porque sou o pai dele que ele vai pensar o que eu quero. Esse é um erro de muitas famílias.
Quero que seu pensamento seja leve, livre e descolado do meu! Papai, você tem medo de morrer?
Não penso muito sobre isso, filho.
Tem medo que eu morra? Gosto menos ainda de pensar nisso, filho. Faço o mesmo quando estou no escuro: não penso naquele monstro debaixo da minha cama.
#sopadepai #
???