A morte é um dia que vale a pena viver

por Titi Vidal
Um livro que vale a pena ler
Em 2025 tive a oportunidade de ler vários livros e “A Morte é um dia que vale a pena viver”, da Ana Claudia Quintana Arantes.
Que livro maravilhoso, com uma escrita delicada e profunda, que nos faz refletir tanto sobre a vida.
Ana Claudia é médica, geriatra e trabalha com cuidados paliativos. E neste livro primoroso compartilha sua caminhada e seus aprendizados lidando com pessoas (e suas famílias) que estão morrendo.
Impossível não fazer um link com meu dia a dia atendendo tanta gente que vive tantas coisas diferentes.
Não é raro atender gente que está doente ou que acabou de perder alguém. Ou, ainda, na iminência de perder alguém próximo. Atender gente em processos de luto é algo frequente. E não apesar o luto pela morte, como também pelas perdas e transformações da vida.
Ao lado da busca pelo autoconhecimento e da tomada mais consciente de decisões, são esses momentos de luto e crises que trazem muita gente pra uma consulta astrológica. Pelo menos na primeira vez em que buscam. É por isso que sempre digo que o atendimento astrológico é algo íntimo, profundo, relevante e transformador. Pelo menos as minhas consultas são.
Assim como a autora do livro, acredito na força transformadora que tem a verdade, o conhecimento real dos fatos. O que faz diferença é a forma como falamos. E a presença que depositamos naquela relação que se forma.
É num absoluto estado de presença que atendo cada cliente, com toda minha experiência e formações que busquei (e sigo buscando) ao longo da vida pra lidar com pessoas e suas questões mais profundas.
Como digo sempre pros meus alunos, nem tudo são flores em um atendimento. Lidamos com pessoas em momentos muito desafiadores. Somos guardiões de segredos relevantes e temos a confiança daquela pessoa depositada naquilo que vamos dizer.
Ser astróloga demanda ética e responsabilidade e não ter medo de estar ao lado de quem está ali na sua frente. Com a compaixão que a Ana Claudia descreve no livro.
Mas algo me tocou ainda mais profundamente nesse livro. A importância de viver bem a vida. E isso é outra coisa que vejo com frequência nos meus atendimentos. Quanto arrependimento uma vida mal vivida é capaz de trazer.
Precisamos viver mais significativamente a vida e isso inclui relações e trabalho. Como vivemos o tempo que temos?
Terminei o livro com um quentinho no coração. Sou feliz por me considerar uma pessoa desperta e consciente de mim mesma, ainda que sempre nesse processo de busca, que nunca chega ao fim.
Tenho um trabalho que eu amo e que eu sei a diferença que faz na vida das pessoas. Construo conexões significativas e sigo atenta, com presença na vida.
O livro da Ana Claudia é um livro sobre a vida e acho que todo mundo deveria ler.


