A HUNIDADE DO HOMEM E A HOMEOPATIA
por Walter Swain Canôas
Uma das ideias centrais do pensamento Humano filosófico através dos tempos é a da unidade de todas as coisas. Desde os tempos remotos as pessoas viram este conhecimento como a base do saber objetivo, como o conhecimento do “princípio fundamental”, do qual derivam todos os fenômenos. Mas este conhecimento objetivo pertence a uma consciência objetiva que nos permite ver e sentir a unidade de todas as coisas. Atualmente dividimos o mundo em milhões de fenômenos separados e desconexos. As tímidas tentativas de conectar estes fenômenos sob uma base científica não tem levado a nada, ou tem nos afastado mais ainda, pois não podemos reconstruir a ideia do todo a partir de seus restos espalhados e não podemos conhecer suas divisões sem compreender as leis naturais que se baseia. A unidade virou algo puramente intelectual do pensamento, desconectada da prática da vida, e nos deixou apartados do sentimento de unidade e comunhão com algo maior. O pensamento cartesiano retirou a Alma do homem e permitiu seu esquartejamento sem critérios humanos, numa busca subjetiva de conhecimento. Junto com a Alma, perdemos os atributos divinos e sua linguagem, dos mitos, símbolos, formulas verbais, sonhos.
Ao transformarmos a Medicina numa tecnologia científica hoje, rumamos pelos mesmos caminhos batidos da fragmentação do homem. Como a HOMEOPATIA nasce nos primórdios da ciência como entendemos atualmente, ela pode beber da sabedoria antiga e se estruturar sobre bases sólidas e unificadas num corpo, assim como os gregos fizeram com Hipócrates, ou o oriente com a Medicina Chinesa. Só que com valores da ciência contemporânea que permitem um diálogo com a modernidade. A velha escola ALOPÁTICA ainda não compreende os princípios de cura já enunciados na antiguidade e que dão a fundamentação para o método Homeopático de curar a totalidade das doenças. Isso mesmo, a Homeopatia fala explicitamente em totalidade, procura pesquisar a totalidade dos sinais e sintomas do paciente, atendendo seu organismo como um todo único e indivisível tanto em suas necessidades corporais, vitais ou mentais. Entendemos hoje que é a energia vital que mantem o todo harmônico em suas funções físico-organico-energético-sexual-motor-emocional-intelectual-animico-espiritual. O médico homeopata procura vivenciar, entender e tratar-se da mesma forma que orienta seus pacientes
Hahnemann,o criador da HOMEOPATIA, em meio a toda uma ebulição científico-tecnológica do início do século XIX, procura salvar a própria medicina, ressuscitando-a pelos grandes filósofos humanistas e médicos do passado como Hipócrates, Paracelsus, Stahl e outros. O médico para Hahnemann, como ele próprio, é aquele possuidor de amplos conhecimentos humanísticos, técnico-profissionais e éticos, aliados a um caráter firme, a um perfeito desenvolvimento afetivo e a qualidades de saúde físicas e mentais. O médico homeopata não pode estar alijado dos conhecimentos técnicos e científicos de sua época, mas ao mesmo tempo deve estar respaldado em sólida formação filosófica e desenvolver suas qualidades de observação, de trabalho e de afetividade para que, não deixando de ser um intelectual, se aproxima da sabedoria e chegue a Medicina. A homeopatia procura levar o homem a esse reencontro consigo mesmo, com o mais íntimo do seu ser, sua alma, sua paz interior e com os que o rodeiam. Dando-lhe a condição física e mental necessária ao livre exercício de sua vontade. Isso só é possível desenvolvendo uma vivencia real da UNIDADE de tudo e da todas as coisas.