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Você “perde” tempo com quem você ama?

Esta semana, uma amiga querida me marcou no Facebook em uma postagem com um vídeo sensacional de uma campanha publicitária espanhola. O vídeo original está aqui: https://www.youtube.com/watch?time_continue=1&v=MiXwBNiFM58

O Portal Sempre Família (https://www.semprefamilia.com.br/o-video-que-comove-as-redes-passa-se-mais-tempo-olhando-para-telas-do-que-com-quem-se-ama/) fez uma nota sobre ele, onde descobri que os seus realizadores Telmo Pagalday e Kerman Romeo trabalharam durante dois anos na produção.

O vídeo parte de uma premissa simples: se nossos entes e amigos queridos são nossa prioridade, por que não dedicamos tempo a estas relações?

Na minha coluna Desacelera de outubro de 2018 (https://titividal.com.br/6-atitudes-para-desacelerar-na-pratica/), escrevi sobre algumas dicas práticas para desacelerar. Uma delas é: passe tempo com quem importa para você!

O vídeo espanhol parte do entendimento de que é contraditório que as pessoas digam que é importante passar tempo com seus e suas queridos e queridas e que as pessoas – por qualquer motivo como rotina, falta de tempo, distância, correria, etc – não o façam.

A parte criativa da iniciativa espanhola diz respeito a um cálculo simples. Pelas idades das pessoas e pelo tempo que elas relatam ter com seus amigos queridos, um instituto fez uma conta e projetou quantas horas de convivência estas pessoas ainda devem ter na vida, se continuarem se vendo nos mesmos intervalos e períodos. O resultado é super impactante.

O vídeo é comovente e vale a audiência. Ele viralizou no Youtube. E talvez tenha viralizado justamente, porque faz bastante sentido. Você sente que passa o tempo que gostaria com as pessoas que ama? Por que será que não conseguimos dedicar este tempo a nossas relações?

É preciso saber que existem algumas escolhas que podem ser feitas no âmbito individual, mas também é preciso compreender que esta é uma dinâmica social e coletiva do nosso tempo, que nos retira dos espaços de convivência e nos pressiona a viver cada vez mais tempo trabalhando, produzindo e interagindo pelas telas.

Em relação às escolhas individuais, costumo conversar que é possível estar mais perto de quem a gente ama com decisões simples. Ainda assim, é preciso saber que se você escolhe seguir este caminho, vai precisar de energia e esforço, porque o mundo trata de tentar te “resgatar” para a dinâmica da pressa e da correria o tempo todo, com muitos apelos.

Incomodar-se e tomar consciência é o primeiro passo. As escolhas possíveis costumam chegar logo depois.

Uma vez, em uma atividade do Desacelera SP, um senhor me contou que a expressão original não é “tempo é dinheiro”. Ele me disse que originalmente, a expressão é “tempo é riqueza” e que, com o passar do tempo, as pessoas foram atribuindo o sentido do dinheiro à palavra “riqueza”. E riqueza não é necessariamente dinheiro, né? Talvez a riqueza de cada um(a) de nós esteja justamente nas relações, nas pessoas, no caráter humano da vida. E se tempo é riqueza, qual a sua?

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