Quando você pensa em ficar sozinha, que tipo de associação faz? Solidão tem sido sinônimo de vazio e de tristeza? Ou um espaço com potencial regenerativo e só seu? Eu sei que nosso mundo hoje convida e estimula a interação e a conexão social o tempo todo. E elas são, sim, importantes, mas não precisam ser atividades automáticas, frenéticas e que afastam você do tempo precioso de curtir a sua própria companhia. Sim, curtir, de agradar, se ouvir, se abraçar. De estar com.
Solidão pode ser momento de cura, de clareza, de reorganização. Pode ser também uma ação gostosa de domínio do seu tempo, mesmo que a vida esteja aquela correria. Algumas ideias simples para quem está à procura de pequenas brechas para aprender a ficar sozinha e em paz: que tal ir a um templo ou a um parque fora do horário padrão? E sair pra caminhar na hora do almoço só pra sentir o sol batendo em seu rosto? Já pensou em cultivar uma horta ou um pequeno jardim dentro de casa? E parar pra ver a lua nascer? Tentou meditar dez minutinhos ao acordar, prestando atenção apenas no ritmo da sua respiração? E fazer um diário, onde você anota o que se passou nos dias e como você se sentiu, sabendo que só você vai ler?
Preservar o seu espaço psicólogo e promover rituais de reconexão com você mesma pode e deve ser parte da sua rotina. Se você não toma atitudes para colocar a sua solidão nesse lugar bonito, de autoconhecimento, carinho e pausa, fica difícil colocar limites para a demanda incessante que vem dos outros. Querer atender às expectativas alheias o tempo todo pode ser uma forma extremamente exaustiva de se relacionar com o mundo. Primeiro, você. No tempo que você pode. E a gente sempre pode tirar alguns minutos de um dia de 24 horas pra cuidar da gente, vai. Não deixe de fazer o que você pode agora, hoje, porque está pensando naquele dia inteiro no Spa ou em férias que você não tira nunca. Não adie o contato com o que pode fazer você se sentir melhor no tempo presente, no cotidiano do jeito que ele se apresenta normalmente. Esteja atenta às singelezas que fazem diferença na prática. É de bem menos planejamentos que uma vida saudável realmente precisa pra começar a funcionar, tá?