Não só a sua, mas a do mundo, porque ela também faz parte
Um dos temas em voga neste intenso 2020 é justamente a casa 12 do Brasil. Assim como todos os países, o Brasil tem um mapa astrológico que contém informações sobre todas suas questões – educação, política, economia, transportes, saúde, o próprio povo brasileiro, entre tantos outros assuntos.
Neste momento, Marte, Júpiter, Saturno e Plutão encontram-se na chamada Casa 12 do país que, na linha do que ela significa em um mapa individual – nosso inconsciente, medos ocultos, aquilo que a gente nem sempre quer olhar, mostra (ou melhor, esconde) aquilo que quase ninguém quer (ou consegue) ver.
Costumo dizer que nossa casa 12 (em um mapa natal pessoal) é uma espécie de porão, onde guardamos aquilo que não sabemos como utilizar, o que não usamos mais, o que nos dá medo, e também aquilo que a gente até gosta ou que é muito precioso, mas que não sabemos usar e/ou não queremos que ninguém mais veja.
É nessa casa que vemos nossos sonhos, questões ligadas à espiritualidade, nossos recursos internos. É nela, também, que vemos medos e , em geral, é ela que está ativada quando temos crises de ansiedade e/ou pânico (doenças tão presentes nesse nosso momento de vida).
No momento, Brasil tem trânsito de planetas importantes e “pesados” nesta tão temida e não compreendida casa 12.
Assuntos como o aumento da violência e da criminalidade ( ou isso sendo mais trazido ao público), questões ligadas aos indígenas e o meio ambiente, a população mais pobre e os lugares sem infra estrutura estão relacionados à casa 12 de um país. Esses, tendem a ser temas em pauta na mídia e na preocupação de todos nós (ou, pelo menos, deveria ser).
Se por um lado um grande encontro de poderosos na Casa 12 faz com que seus assuntos sintam mais, por outro fazem com que tais assuntos e desafios venham à tona e, sejamos obrigados a enxergar. E, em um contexto como esse, fica difícil não se envolver, não sentir, não (pelo menos pensar em) fazer alguma coisa.
São aspectos que dão poder ao crime organizado, ao governo oculto, que envolve guerras silenciosas e ocultas.
Questões climáticas, especialmente ligadas à água e a chuva, como as enchentes, por exemplo, costumam fazer estragos quando planetas difíceis estão ligados a esta casa. Quem sofre mais, em geral, é quem tem falta de infra estrutura e , via de regra, são as populações mais carentes que se prejudicam.
Porém, com tantos planetas gritando para que olhemos para tudo isso, nesse momento classe média e classe alta também têm sentido seus efeitos (como por exemplo, a enchente que invadiu casas em São Paulo algumas semanas atrás0.
O mesmo acontece com relação às questões de saúde. Novos vírus e doenças antigas trazendo um clima de pânico no mundo e, no caso do Brasil, reforçando a necessidade e mais cuidado e atenção não apenas à saúde pública diretamente, mas à falta de infra estrutura e saneamento básico que temos nas diversas regiões do país.
O clima de pânico ligado ao novo coronavírus (doença que surge em tempos de Netuno em Peixes e essa grande conjunção em Capricórnio) reforça a urgência por providências, mas também pode desviar a atenção das inúmeras mortes que acontecem por conta de doenças como a dengue (tão ligada aos problemas de casa 12 do país), à volta de morte por doenças como sarampo e quantidade de mortes diárias decorrentes da fome, do desemprego, das questões sociais e, especialmente pela violência que assola o país. Tudo problema de casa 12.
Os presídios também estão na casa 12 e nunca se falou tanto a respeito. Na mídia, na vida das pessoas, na vontade de se falar a respeito ou, no clima de planetas tão conservadores e rígidos na passeando por lá, a vontade coletiva de simplesmente fechar todos que cometeram algum crime ali, trancando a porta e tirando da frente para não ter que conviver ou assumir responsabilidade por nada disso.
Falando especificamente sobre crime e presídio, a Constituição Federal prevê a pena restritiva de liberdade a quem comete diversos crimes. Porém, na prática, sabemos que as pessoas presas se mantém em situações precárias de higiene, saúde, qualidade. Ao fazer isso, de forma em geral desproporcional ao crime cometido, existe um excesso que além de não ressocializar de fato a pessoa que cometeu um crime, é um sistema que aumenta a violência a médio e longo prazo.
A ressocialização inclui o olhar, o acolhimento, o oferecer condições para quem provavelmente não as teve antes possa ter ali: a presença de quem olhe, abrace, acolha. Atendimento psicológico e social básicos, saúde, condições mínimas para uma vida digna ali dentro, para que se possa de fato voltar ao convívio social um dia.
Vale lembrar que ao estar na casa 12, o crime é também fruto da sociedade como um todo e a responsabilidade é de todos. No Brasil, o tráfico de drogas cresce vertiginosamente e, é fato, não haveria tráfico não houvessem os usuários, muitos dos quais manifestam-se constantemente contra um crime que também comentem. O jeitinho brasileiro, a sonegação de imposto, os crimes do colarinho branco…na raíz, todos os crimes são iguais.
Ao apontar os crimes e erros dos outros, ainda que coisas menores, estamos nos esquivando dos nossos. Já dizia C.G.Jung sobre o poder que o inconsciente toma (e nos toma) quando não olhamos para ele. O mesmo acontece em termos coletivo, quando deixamos as coisas de casa 12 acontecendo sem olhar – e pensar e agir – para isso.
Fica aqui o convite para rever suas ideias, olhar para você mesmo e pensar em como fazer sua parte.
Deixo aqui também o convite para leitura de um artigo que escrevi com o Pedro Ortiz sobre um trabalho que realizamos na penitenciária, com constelações familiares. Acesse e baixe o livro: o artigo está a partir da página 47.