“A música … é
compreendida como linguagem musical… e a reprodução da própria vontade, sendo
este o porquê de o efeito da música ser muito poderoso e penetrante que o das
outras artes, pois todas as outras falam apenas das sombras, mas a música fala
da essência” (Arthur
Schopenhauer)
As minhas experiências com música, tanto de execução como de
audição, sempre foram muito diversas e amplas. Tenho interesse e abertura em
ouvir tudo, da música antiga, de raízes, de várias etnias até os grandes
mestres da música clássica, do jazz, passando pelo rock, blues, música
eletrônica e contemporânea.
Mesmo que minha trajetória profissional tenha me levado a trabalhar muito mais com
a música clássica e tido oportunidade de ter contato muito próximo com grandes
orquestras, maestros, grupos de música de câmara, cantores e instrumentistas,
eu continuei tendo os ouvidos abertos para outras sonoridades e experiências
musicais.
Principalmente pelas misturas entre os gêneros, experimentações rítmicas e
timbrísticas, conversas entre músicos com vivências diferentes. Quando isso
acontece, é maravilhoso, pois é possível perceber que de múltiplas maneiras a
música nos toca e ressoa em diversas camadas do nosso ser. É como se fosse uma
comunhão entre os que propiciam aquela experiência sonora com os que a
desfrutam. Ela possibilita a comunicação entre as diversas partes de nós mesmos
e com os outros e é essencial para nossa compreensão como indivíduo.
Pensando em como a linguagem musical toca a todos, que rompe fronteiras, amplia
horizontes, gostaria de sugerir algumas audições que são exemplos de músicos
sem preconceitos e abertos a conversas musicais bem interessantes:
– Quarteto Ebène, jovens músicos
franceses, tocando “Come together” de
John Lennon / Paul McCartney
– Sting com o alaudista Edin Karamazov cantando a canção “Have you seen the bright Lily grow”, de John Dowland
– As irmãs pianistas francesas Katia & Mariele Labeque com Thom Yorke, da banda britânica Radiohead, em “Suspirium”
– “Layla” com o trompetista americano Wynton Marsalis e o guitarrista inglês Eric Clapton acompanhados pela Lincoln Center Jazz Orchestra
– A viola caipira de Neymar Dias tocando o “Prelúdio BWV 1006” de Johann Sebastian Bach
– O Jazz Fusion de músicos tradicionais do Khmer (Camboja) com jazzistas alemães
– O violoncelo de Antonio Meneses e o piano de André Mehmari tocando um belo e movimentado “Baião a Dois”
Desejo a todos boa viagem musical!!!!