Eu já me perguntei isso diversas vezes e só entendi o motivo quando fui aprovada em um processo de seleção para uma grande empresa depois de ter participado de apenas uma entrevista e bem rápida: eu havia sido indicada! Após o impacto da boa notícia, fui tomada por um incômodo. Afinal, comecei a me questionar quantas vezes eu havia sido excluída de processos de recrutamento simplesmente por não conhecer ninguém nas organizações e não por não preencher os requisitos da vaga.
Esse sentimento me acompanhou por um bom tempo, até que eu me vi do outro lado e percebi o quanto uma indicação pode nos salvar. Eu precisava contratar um profissional com urgência e a vaga era bem técnica e com requisitos complexos. Divulguei em alguns sites, enviei vários emails, recebi diversos CVs e entrevistei muitos profissionais. Nenhum deles tinha as qualificações necessárias e os que pareciam tê-las não mostraram segurança na entrevista. Então como eu poderia confiar que acertaria na contratação? Foi aí que recebi uma indicação. Embora a profissional não preenchesse todos os requisitos necessários, veio com uma “garantia” de que se empenharia para aprender o que fosse preciso, pois já havia feito isso em outra empresa. Arrisquei e deu certo. Era uma profissional incrível e que a cada dia me surpreendia com uma novidade ou com algo que havia aprendido. Foi uma experiência enriquecedora para ela e, com certeza, para mim.
Mas eu só decidi contratá-la porque havia uma recomendação e, de certa forma, estava segura que não seria um erro confiar naquela profissional. Por causa dessa minha experiência e de tantas outras que surgiram depois, o networking passou a ser uma atividade frequente na minha vida e a dedicação a ela é algo que reforço para todos os meus clientes na consultoria. Portanto, se você tem alguma dúvida sobre a qualidade do seu CV, é provável que o problema não esteja nele e sim na forma como você se relaciona com os seus contatos.
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