Quando abri minha empresa, eu me apresentava como consultora em felicidade profissional e eficácia. Isso porque, ao me procurar, as pessoas estavam em busca da satisfação no trabalho e da realização profissional antes de qualquer coisa. Com o tempo, fui percebendo que isso se tornou um problema. Afinal, muitos clientes acabavam delegando para as empresas onde trabalhavam e/ou para seus chefes a responsabilidade por sua felicidade profissional: “só vou me sentir feliz nesse trabalho quando eu receber mais benefícios”, “a empresa precisa me dar um aumento para eu me sentir valorizado(a)”, “meu chefe tem que parar de me cobrar o tempo todo para eu trabalhar motivado(a).”
Esses exemplos de afirmações acenderam um alerta em mim. Eles me mostraram que os profissionais não estavam assumindo uma responsabilidade que era deles. Decidi, então, fazer um teste. Comecei a me apresentar como consultora em eficácia e felicidade profissional e fiz ajustes na minha metodologia de trabalho: em vez de começar a consultoria pelos temas ligados à satisfação, abordava primeiro questões relacionadas à eficácia, como a gestão do tempo, organização da rotina e priorização.
Parece que de tão simples, essa mudança não teria nenhum resultado. Mas foi justamente por ser básica, que trouxe um retorno incrível. Meus clientes passaram a ter mais consciência de tudo o que deveriam fazer no trabalho, do tempo que demorariam para realizar cada tarefa e, como consequência, passaram a prometer prazos viáveis. Com isso, as surpresas desagradáveis, como entregas atrasadas e sem qualidade, diminuíram muito ou deixaram de existir. Como consequência, a confiança dos gestores aumentou, o que tornou o relacionamento chefe-subordinado mais colaborativo. A partir disso, os meus clientes começaram a se sentir melhor no seu ambiente de trabalho e, muitos deles, puderam se considerar felizes profissionalmente.
É claro que essa não é uma regra geral, mas ela se aplica a muita gente. Faça o teste: se você não se sente feliz em seu trabalho, avalie como está a sua eficácia e comece a atuar para melhorá-la. A partir daí, é bem provável que você comece a se sentir mais satisfeito(a) e realizado(a) profissionalmente.
Foto: Brooke Cagle no site Unsplash