Nos últimos anos muito se têm falado sobre contar histórias (storytelling ) e o impacto disso em nossas vidas. Desde que o ser humano sentou ao redor do fogo, os contos passaram a ser a principal ferramenta de transmissão de conhecimento, sabedoria e valores humanos. Além disso, para os povos ancestrais, contar histórias era uma ferramenta de cura. Sim cura, os Contadores de Histórias tinham uma posição única nas tribos assim como os Xamãs. Eles eram considerados os Guardiões das Histórias de Vida e das Sagradas Tradições. Cabia a eles manterem vivas as experiências heroicas para que cada um pudesse aprender ao seu modo, em seu próprio ritmo e aplicar em sua vida os ensinamentos recebidos.
Os contadores de histórias tradicionais transmitiam seus conhecimentos pela oralidade e aprendiam a respeitar a liberdade de pensamento de todos que vinham em busca de sua sabedoria.
Essa percepção do papel do contador de histórias na ancestralidade é algo que faz parte dos cinco continentes. Em todos os povos existia a confiança que contar uma história de sabedoria de maneira adequada poderia mudar o curso da vida, encerrar uma discussão, encorajar as pessoas a fazerem o que era preciso.
Até hoje, sabedoria dos contadores de histórias reside na arte de transmitir e lembrar os fatos mais importantes, para que cada ser seja lembrado da sua própria magia pessoal e de seu poder criativo.
Essa pratica de contar histórias permeia o desenvolvimento da humanidade resurgiu na década de 70 em muitos países simultaneamente. Além do entretenimento, junto com esse movimento alguns contadores de histórias começaram apronfundar seus trabalhos para os aspectos medicinais dessa arte. Em 1973 aconteceu no Tennesse, o primeiro Festival Americano de Healing Storytelling e isso foi um grande impulso para a multiplicação e florescimento de outros festivais, centros e escolas de profissionais direcionados a se aprofundar e conhecer essa ferramenta.