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O Símbolo do Eneagrama

Há uma necessidade premente para se viver nos nossos tempos, que é termos que nos posicionar individualmente em tudo o que fazemos. Não basta mais seguir fielmente o rebanho, mesmo se julgarmos estar sendo bem conduzidos, o que ocorre cada vez mais raramente. É preciso acordar para um novo estado de realidade, saindo de um estado letárgico onde nos surpreendemos adormecidos e buscarmos ativamente uma união, uma coesão interna que nos propicie uma união com algo maior. Esta necessidade, que chamo de autoconhecimento, é a necessidade de abrir ou acessar novos estados de consciência.

É ai que o símbolo sagrado do ENEAGRAMA vem ao nosso auxilio. Seu princípio é um grande segredo que foi conservado durante séculos até que há 2.500 anos, foi revelado a Zoroastro, a Pitágoras e a outros grandes sábios que se congregaram em babilônia na época de Cambises, aberto ao ocidente por George Ivanovich Gurdjieff (1866-1949), que aprendeu diretamente do Sufismo. Ele teve suas ideias disseminadas pelo mundo numa linha de ensinamentos chamado “quarto caminho”. Para ele o conhecimento da realidade era o mais importante, e só poderia ser obtido através do conhecimento do ser. Conhecer para poder ser.

Portanto é necessário descobrir “como conhecer”. Sua base de pensamento para o trabalho interior e exterior usava o estudo do Eneagrama como um mapa norteador, um saber à luz deste símbolo estudado por muitos até nossos dias. E o que é o símbolo do Eneagrama (ênea- nove; gramos- medida)? Podemos traçar este símbolo na forma de um circulo que representa a serpente Cronos devorando a si mesma pela cauda e simbolizando a totalidade.

Circunscrevendo um sistema de nove termos com uma característica de harmonização, sendo estes termos de duas espécies: há três pontos de partida e seis etapas definindo nove pontos. Estas três figuras falam de três leis sagradas fundamentais que governam a realidade, sagradas porque ligadas ao ser divino. O circulo representa a Lei do Um, como um redemoinho visto de cima, com sua periferia em movimento e seu centro que traga tudo. O triangulo representa a Lei de três ou Lei da Criação. O choque polar de forças que atuam no nosso mundo de dualidade e a terceira força neutra que equilibra e reconcilia. A luta, a ação e reação mecânicas, que são equilibradas por uma terceira força que intervêm como algo sagrado e que reconcilia.

Jung já dizia que devíamos “purificar os extremos”. Gurdjieff dizia que o conhecimento de si mesmo começa com o conhecimento do Cosmos e do nosso lugar neste Cosmos. A terceira figura é a estrela de seis pontos que representa a Lei de Sete ou Lei do desenvolvimento, que regula como se desenvolve aquilo que foi criado. Estas leis nos falam sobre princípios básicos do movimento, da ordem de desenvolvimento e da circulação, que regem todo e qualquer processo que quisermos estudar.

Também é aplicado ao trabalho de nos conhecermos, de tentar realizar um projeto e não conseguimos, pois há algo que não conhecemos que regula interiormente seu desenvolvimento. Dizendo de uma maneira simples, quando queremos cumprir um projeto que começamos, as primeiras etapas são fáceis, mas depois se complicam e aparecem os problemas, nos impedindo de alcançarmos o sucesso em nosso objetivo.

Assim, o Eneagrama pode ser aplicado nos processos de auto-observação, ajudando na evolução consciente. Podemos desenvolver diversos tipos de Eneagrama e um dos mais úteis é o Eneagrama da personalidade que estabelece inicialmente nove tipos de personalidade que balizam o conhecimento de nossas emoções inconscientes e egóica dando uma chave para a verdadeira compreensão das estruturas humana e seu possível desenvolvimento harmonioso. Ajuda a que o antigo aforismo grego “conhece-te a ti mesmo” seja invocado novamente como em sua origem, num chamado para nos abrirmos a um estado mais elevado de consciência, que nos tire do estado de torpor espiritual.

 

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