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O Céu e o Mar – Titanic, Astrologia e Arqueologia

 

Há um século, a humanidade se deparava com uma tragédia sem precedentes, não somente por sua magnitude, mas também por sua especificidade. Desde os primeiros avanços tecnológicos dessa sociedade que começava a desfrutar, naquela época, das maravilhas que o acelerado processo de industrialização pelo qual passava poderia proporcionar, nada tinha sido tão revelador do quão frágil o homem pode ser perante suas criações. Foi sob esse contexto de admirável mundo novo e suas grandiosas máquinas que se passou o maior naufrágio de todos os tempos: o do MRS Titanic, representante da maior e mais luxuosa embarcação de sua época, marcando assim não somente a história, mas o inconsciente coletivo mundial.

Na linha do tempo, formam-se lacunas tão grandes quanto o iceberg com o qual o Titanic se chocou. Do naufrágio até a descoberta do local onde estavam os seus destroços passaram-se quase 80 anos, tempo demasiadamente curto se levarmos em consideração o ritmo das mudanças na trajetória de antigas civilizações mas que, para a nossa era pós-moderna,  parece ser uma eternidade. Com o recente acesso aos destroços do navio, que se deu graças à tecnologia oceanográfica e de mapeamento por sonar, pode-se reconstruir, novamente, o contexto histórico e cultural que teria conduzido a humanidade ao maior desastre tecnológico de todos os tempos.  Mas, seriam somente os restos da embarcação e os relatos de sobreviventes suficientes para que se tenha uma visão, de fato, abrangente do vasto conjunto de sensações que tomavam as mentes de todos os envolvidos nessa página da história?

Se tomarmos como referencia as escavações nos sítios arqueológicos que deram a conhecer de maneira aprofundada as crenças e ritos de antigas civilizações, poderemos observar que, ademais dos objetos e utensílios de uso diário, os registros das condições e ciclos da natureza, bem como de posições astrológicas locais foram vitais para que se pudesse entender o contexto da época estudada. E, nesse último item que concerne a área de estudos da Astrologia é que se nota uma grande lacuna a ser preenchida no caso do Titanic.

A Astrologia é a arte ou ciência que estuda os acontecimentos celestes e suas relações com os fatos terrestres. É um estudo antigo, que esteve presente em todas as grandes civilizações ao longo da história, como sumérios, babilônios, caldeus, egípcios, indianos, gregos, romanos, incas, chineses, entre outros. Desde tempos antigos, a Astrologia é aplicada à vida pessoal e coletiva da humanidade. Na verdade, inicialmente era utilizada apenas para os grandes eventos e acontecimentos, que interessavam ao coletivo. A Astrologia individual é muito mais recente. Os antigos olhavam para o céu e percebiam que determinados eventos celestes sempre coincidiam com acontecimentos climáticos, políticos e econômicos e começaram a traçar os paralelos e desenvolver esta área do conhecimento que, por muito tempo, foi considerada uma ciência, sempre presente na vida de grandes cientistas e governantes ao longo da história. Uma das áreas muito praticadas é chamada Astrologia Mundial, com suas diversas áreas, entre elas o estudo dos ciclos políticos e econômicos de cidades e países, mas que inclui também a análise dos acontecimentos de grande impacto social e acidentes como o que acometeu o Titanic, na madrugada de 15 de abril de 1912.

A astrologia trabalha com ciclos planetários de diferentes durações e dimensões, desde os que perduram por séculos e marcam um espirito de época, aos que duram anos e traduzem períodos históricos e até os que atuam em contexto diário e apontam fatos cotidianos. Dessa forma, esses grandes aspectos, chamados de princípios ativos, se relacionam entre si e também com os chamados princípios passivos, ou seja, os mapas astrológicos de pessoas, países, eventos, criações e grupos de pessoas reunidas para determinado fim. Isso porque tudo que têm um início tem um mapa astrológico que contém suas características essenciais e suas promessas futuras. Assim, além da analise dos grandes ciclos planetários que estavam presentes naquele período, temos de analisar os mapas da construção, da viagem inaugural e do naufrágio do Titanic.

O Titanic foi construído durante uma oposição entre Urano e Netuno, que só acontece aproximadamente a cada 175 anos. É um aspecto que entre muitos outros significados tem a ver com inovações tecnológicas importantes (Urano) ligadas ao mar (Netuno). Criam-se novos modelos, há mais competitividade tecnológica e mudanças rápidas.  E foi sob este contexto que nasceu o Titanic, que foi considerado, na época, a grande inovação dos mares.

Saturno e Plutão também estavam em contato, o que reforça um período de grandes marcos na construção de novas e potentes tecnologias. Além disso, Saturno e Netuno em harmonia, contexto cosmológico este que favorece a construção de embarcações com significativas melhorias e avanços tecnológicos, que demandam maior preocupação com infra estrutura, tecnologia e inovação e, ainda, o fato de que no momento em que o navio ficou pronto e partiu em sua viagem inaugural, que tragicamente foi a primeira e a última,  confirmam que o Titanic foi, de fato, uma grande novidade em termos de engenharia ligada ao mar.

Sem falar que Urano, planeta que representa as grandes mudanças e inovações, especialmente as tecnológicas, acabava de ingressar no signo de Aquário, que está sob sua regência, intensificando todo seu potencial.  Urano rege a ciência, as invenções e a tecnologia de ponta. Tem a ver com velocidade, ideias originais, criatividade, motores. Gera movimentos de vanguarda e, em aquário, traz tudo isso de uma vez. Não à toa o Titanic foi considerado uma vanguarda tecnológica, com um aparente nível de segurança inédito em seu sistema de navegação, bem como uma grande novidade na construção de navios da época e inaugurou uma nova fase neste sentido. E isso se deve à esta combinação de aspectos astrológicos mencionados, especialmente Saturno em sextil com Netuno e o Urano recém ingressado em Aquário.

Curiosamente, quando Urano completa todo um ciclo, que leva aproximadamente 84 anos, e retorna para a mesma posição, a tragédia é bem lembrada em 1997, com o lançamento do filme Titanic, dirigido por James Cameron, o qual foi sucesso absoluto de público, faturamento e recordista de prêmios (Oscar’s) até o lançamento do filme Avatar, do mesmo diretor.

E mais uma curiosidade sobre o ingresso de Urano em Aquario, signo onde consideramos que ele está em casa, é foi a primeira vez na historia que o foi utilizado o S.O.S., o sinal internacional de socorro, criado pela Conferência de Berlin em 1906.

Complementarmente, a conjunção entre Marte e Plutão, que indica o potencial para catástrofes ligadas à tecnologia ou a deflagração de situações limite estava ativa desde 30 de março do mesmo ano. Quando o mapa do momento dessa conjunção é projetado no planisfério, a linha que corresponde aos pontos onde o Sol nasceu no momento da conjunção Marte-Plutão passa exatamente no ponto do acidente (41°44”N e 50°24”W).

Outro ponto a considerar é que a Lua Nova imediatamente anterior ao acidente aconteceu no signo de Peixes (regente dos mares), em tensão com Plutão (relacionado a acidentes), gerando o potencial para que acontecimentos dessa natureza ocorressem entre esta e a próxima lunação.

Além disso, houve um Eclipse Lunar durante a Lua Cheia e, ainda considerando a analise do ciclo lunar, no dia 17 de abril de 1912, ou seja, dois dias após o acidente, aconteceria um Eclipse Total do Sol.

Os eclipses sempre marcam um evento coletivo importante e seus efeitos são sentidos a partir de três dias antes de seu acontecimento, mostrando uma relação direta com o acidente. Em outras palavras, o acidente aconteceu num período entre dois eclipses, sendo o anterior Lunar (marcando o ápice da lunação anterior e que continha uma promessa de um acidente marítimo) e o posterior Solar (que está relacionado a acontecimentos de grande porte e que, para os antigos, era sinal de mau augúrio e indicava a possibilidade de catástrofes).

Neste contexto astrológico, dia 10 de abril de 1912, às 12:30h, o Titanic parte em sua viagem inaugural saindo de Southampton (Inglaterra) rumo à Nova Iorque (Estados Unidos). Considerando esses dados para o mapa astrológico da viagem, vários pontos interessantes podem ser observados.

O mapa com Sol conjunto ao Nodo Norte em Aries, signo que rege ao pioneirismo, e a Lua conjunta a Urano, que reforça o caráter de inovação. Além disso, o Sol em trígono a Jupiter (o planeta da expansão), que conferiu ao navio o apelido de “O Gigante dos Mares”, em tensão com Netuno, o que é um péssimo aspecto para uma viagem inaugural de um navio já que este é o grande regente dos mares. É esse mau aspecto com Netuno que induz à falta de clareza nas analises e às ilusões, o que fez com que a tripulação não pudesse avistar em tempo o iceberg contra o qual o navio se chocou ou, se o fez, não permitiu que avaliassem perfeitamente o risco.  Até porque essa combinação entre o Sol em Aries, o Ascendente em Leão, Jupiter em Sagitário e o aspecto de Netuno levam a autoconfiança excessiva e ilusória.

Muitos dos sobreviventes, inclusive, relatam que os passageiros, bem como a tripulação, não acreditavam que o navio poderia afundar e encararam a situação de emergência como uma grande aventura (característica de Júpiter em Sagitário), sem contar que os músicos contratados para entreter os convidados tocaram até o fim (típico do aspecto que envolve Netuno).

Assim como a confiança dos envolvidos na operação da embarcação era superdimensionada, a estrutura do Titanic também refletia essa tendência megalomaníaca, o que incluía: quadras de squash, cavalos mecânicos, equipamentos para simulação de remo, banhos turcos, uma replica do mais famoso Café da época, em Paris, e até um inovador projeto de piscina dentro do navio (inédito para a época).

A conjunção Marte-Plutão, cujo aspecto exato aconteceu alguns dias antes da viagem, mas que ainda estava no céu, aparece no mapa da partida do Titanic. Por sinal, quando o mapa é projetado no planisfério, as linhas de Marte e Plutão também passam próximo ao local do acidente, ou seja, no mesmo local onde passa a linha do Sol do mapa calculado para o momento onde aconteceu esta conjunção dias antes (41°44”N e 50°24”W).

Com esse quadro astrológico, fica evidente a relação entre os eventos celestes e os acontecimentos terrestres, bem como as promessas de um acidente de grandes proporções, quando analisados conjuntamente os principio ativos (céu do período) e os princípios passivos (mapa da viagem do Titanic e as circunstancias que causaram o acidente).

Muitos anos se passaram antes da localização dos rastros dos destroços do Titanic pelo oceanógrafo Dr. Robert Ballard, em 1985. E apenas em setembro de 1986 foi localizado o navio.

O contexto astrológico que regeu tal descoberta é tão interessante quanto o do momento do naufrágio, ou seja, Netuno, planeta que rege os mares, acabava de ingressar no signo de Capricórnio, que rege a Arqueologia e as descobertas históricas e subterrâneas e que é exatamente o signo oposto à Câncer, onde ele se encontrava no momento do naufrágio.

Além disso, Saturno e Plutão estavam no signo de Escorpião, o que sempre traz à tona coisas que estavam perdidas ou escondidas, inclusive em níveis mais profundos.  Ademais, o Plutão transitando pelo signo de Escorpião ativa a base do mapa astrológico da viagem do Titanic, resgatando suas origens, sua historia e tudo o que permanecia oculto.

Estes, dentre outros aspectos que são relevantes, criaram um contexto cosmológico oportuno para que o navio fosse encontrado e sua história resgatada.

Passados cem anos, e com a comemoração do centenário do naufrágio do Titanic, astrologicamente, o ingresso recente de Netuno no signo de Peixes, por ele regido, e que está trazendo à tona muitos assuntos envolvendo mar e navegações, além do transito de Plutão em Capricórnio que está favorecendo ainda mais descobertas arqueológicas e históricas de todas as naturezas estão contribuindo para novas especulações e descobertas sobre o evento.

Com tudo isso, fica claro que a astrologia ajuda a compreender os acontecimentos, permitindo observar o fundamento dos eventos, podendo desta forma ser utilizada como valiosa ferramenta por outras áreas do conhecimento, tais como a Historia e a Arqueologia.

E diante do atual contexto astrológico, Plutão em Capricórnio (de 2007 a 2023), Netuno em Peixes (de 2011 a 2026) e Saturno em Escorpião (de 2012 a 2014), a Arqueologia deverá fazer, nos próximos anos, importantes descobertas, inclusive relacionadas ao mar.

Ou seja: Plutão em Capricórnio tem trazido à tona o que está no subsolo, no fundo, embaixo da terra. Exemplo disso é a descoberta de novas fontes petrolíferas. Durante o período em que Saturno estiver em Escorpião, todas as descobertas ligadas a Plutão em Capricórnio serão intensificadas, já que cada um deles encontra-se no signo regido pelo outro, o que em Astrologia é chamado de mútua recepção. E Netuno em Peixes irá mexer com as águas do planeta.

Concluindo, o Titanic é apenas um dos muitos exemplos possíveis de serem atrelados ao aspecto astrológico e a relação entre os eventos celestes e o ciclo do desenvolvimento dos acontecimentos.

 

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