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Narrativa do Sol pelo zodíaco

El Sol, La Luna y las estrellas se levantan por el Este y se mueven hacia el Oeste, e través del cielo. Este viaje se repite día a día. – E. Raymond Capt[1]

 

Assim, durante um ano, o Sol aparentemente dá uma volta em torno da Terra, percorrendo a eclíptica e o zodíaco, marcando claramente as estações do ano e o clima astrológico. De acordo com a posição astrológica do Sol no dia do nascimento de alguém podemos definir seu signo solar. Assim, quando alguém responde qual seu signo, está falando justamente da posição do Sol no zodíaco astrológico.

Convivemos, portanto, com esse trânsito do Sol pelo zodíaco. Esse caminho aparente do Sol em torno da Terra que dura aproximadamente 365 dias é o que define as estações do ano e que está muito relacionado aos signos astrológicos. É como uma história cíclica que o Sol nos conta ao longo de um ano, todos os anos. John Towley (1995:35) nos lembra que “Toda a vida sobre a terra depende da repetição anual do ciclo solar, determinado pela revolução da Terra em torno do Sol e pela inclinação do nosso planeta em relação ao seu plano orbital”. Ele continua: As mudanças de estação assim criadas determinam as condições metereológicas, as reservas de alimento e as regiões habitáveis, que tornam possível nossa existência”.

As estações do ano, por sinal, guardam uma relação íntima com os doze signos astrológicos, porque estão totalmente relacionadas a este trajeto aparente do Sol em torno de nós. John Towley (1995:35) considera que a maior importância está no início de cada uma das quatro estações, “ quando o eixo da Terra aponta para o Sol, afasta-se ou está paralelo a ele”. Esse entendimento faz todo sentido quando pensamos que cada uma das quatro estações tem início exatamente quando o Sol ingressa em um dos quatro signos cardinais[2], associados aos inícios, sendo que cada uma delas começa em um signo relacionado com um dos quatro elementos: a primavera tem início quando o Sol ingressam em Áries (fogo), o verão com o ingresso do Sol em Câncer (água), o outono com Sol em Libra (ar) e o inverno com Sol em Capricórnio (terra). Os quatro signos citados são cardinais, sendo cada um deles de um elemento diferente.

O ciclo do Sol pelo zodíaco tem profunda relação com a vida humana. Para André Barbaut (2004:69):

…todas as funções biológicas evoluem igualmente ao longo do ano, que fevereiro é o campeão da mortalidade (exílio do Sol), que nosso sono é mais profundo no inverno, estação das marmotas e do voltar-se para si mesmo; e que nosso coração bate mais rápido no verão, estação da agitação e do vai-e-vem; enquanto a primavera faz eclodir a atividade sexual….

 

Cada uma dessas energias tem a ver com a expressão solar por um dos doze signos do zodíaco.

Para André Barbaut (2004:70):

O zodíaco tropical se presta a diversas interpretações e podemos decifrar o ciclo anual de acordo com outros valores, mas o sistema dos princípios elementares e dos elementos constitui uma ilustração magistral comprovada pela classificação das estações dos equinócios e dos sostícios.

 

Nesse sentido, ele cita Alexandre Volguine ao concordar que

…o Sol astrológico não ocupa a posição importantíssima do Sol astronômico porque sua colocação se difunde em todo o sistema solar, atrás de cada planeta, como sobre a órbita terrestre, sendo o zodíaco um fenômeno de essência solar

 

e finaliza esse pensamento da seguinte maneira: “…é no seu ritmo de estações que se deve interpretá-lo em primeiro lugar”.

Isso mostra, portanto, o quanto a Astrologia guarda uma relação direta com os ciclos da natureza. Os antigos observavam os movimentos dos astros no céu e percebiam sua relação com os acontecimentos na Terra. O plantio e a colheita, por exemplo, sempre foram feitos de acordo com o céu, especialmente as estações do ano – que estão relacionadas à relação entre os movimentos da Terra e do Sol – e às fases da Lua – que acontecem pela relação entre os movimentos Sol-Lua-Terra. Até hoje isso ainda é levado em consideração por parte da população.

As águas do mundo também guardam relação com a Lua, que influencia diretamente as marés, trazendo as cheias e as ressacas. Curiosamente, em torno de setenta por cento do nosso planeta é composto de água, assim como aproximadamente setenta por cento do corpo humano. Com isso, fica claro que se a Lua tem tamanha influência sobre as marés e todas as águas do mundo, tem também sobre nós, seres humanos. Por isso ela rege nossas emoções, os humores e hormônios.

John Towney (1995:25) lembra que “…se há um número maior de vítimas sangrando durante a Lua cheia, também há um número maior de pacientes hospitalares submetendo-se voluntariamente à cirurgia”. Ele cita um médico, Dr. Edson J. Andrews, da Flórida, que aponta que 82% dos principais sangramentos pós-operatórios ocorrem mais perto da Lua Cheia do que da Lua Nova, mesmo com um número menor de admissões naquele período. Ele também cita uma pesquisa feita durante um período de seis anos em um hospital na Califórnia do Sul, nos Estados Unidos, que apontou um maior número de concepções de bebês na Lua crescente do que na Lua minguante.

O médico tcheco Dr. Eugen Jonas também constatou relação direta entre o céu e a gestação. Ao estudar casos de mulheres que engravidavam utilizando algum método anticoncepcional encontrou como único fator comum entre elas a Astrologia. Ele contatou que “a mulher é fértil durante certa fase da Lua” de acordo com seu mapa astrológico natal (DE SALVO, 2009). Hoje em dia utiliza-se esse estudo para auxiliar mulheres que desejam engravidar.

Especificamente em relação aos ciclos e a Astrologia, o ciclo que envolve o Sol, de 24 horas, que tem a ver com a noite e o dia, está presente na construção das casas astrológicas e o ciclo de aproximadamente 360 dias do Sol tem a ver com as estações do ano, e com os doze signos astrológicos.

[1] CAPT, E. Raymond. La Gloria de las estrellas: el zodiac y su mensaje. Buenos Aires: Lidium, 1985.

[2] Utiliza-se a relação entre os signos e as estações do ano com base no hemisfério norte.

 

BARBAUT, André. Tratado prático de Astrologia. 2 ed. São Paulo: Cultrix, 1990.

 

CASTRO, Maria Eugênia de. O livro dos signos. 3 ed. Rio de Janeiro: Campus, 2000.

DE SALVO, Salvatore; DE SALVO, Mara. A Energia Cósmica e Você. São Paulo: Biblioteca 24horas, 2009.

JUDGE, Michael. The Dance of Time: The origins of the calendar. New York: Arcade Publishing, 2004.

MORIN, Edgar; CASSÉ, Michel. Filhos do Céu: entre vazio, luz e matéria. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil,2008.

MORIN, Edgar. O retorno dos astrólogos. Lisboa: Moraes, 1972.

______. In: ______. Filhos do Céu: entre vazio, luz e matéria. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2008.

 

TOWNLEY, John. Ciclos astrológicos e períodos de crise. 2 ed. São Paulo: Pensamento, 1998.

 

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