Você está lidando com as demandas da realidade ou está se preparando pra viver uma vida imaginada, lá onde você vai ter mais tempo, mais conhecimentos, mais vontade e sei lá mais o que você acha que precisa pra começar a fazer a parte que você já pode? Você sempre pode escolher lidar com as coisas depois, claro. Pode fazer a cama depois e ficar com essa pendência na cabeça e sem a alegria que é descansar de um dia cheio numa cama quentinha e bem esticadinha. Pode pagar as contas depois e ficar numa função burocracia chatíssima durante aquela hora em que você queria mais era ler, tomar um vinho ou bater um papo com uma amiga.
A escolha de como lidar com as coisas que você sabe que precisa fazer é sua. Mas eu duvido que o seu “eu do dia seguinte” vá agir de forma mais animada e disciplinada só porque o dia é outro. Se você continua se dando permissão pra não fazer o que sabe que precisa, na hora em que toma consciência disso, você está fortalecendo o hábito de procrastinar, de se enrolar, de não realizar. Está, portanto, perdendo foco, potência e energia – não está ganhando tempo nem está organizando prioridades.
Você não está fazendo o que precisa porque acha que depois vai agir como uma pessoa diferente de quem é agora. Só que a mudança de atitude não acontece porque a gente quer e já pensou bastante a respeito de como deveria fazer isso e aquilo. Ela acontece quando a gente simplesmente faz o que tem que ser feito, sem pensar demais, sem elaborar demais. Mudança de atitude acontece quando a gente se mobiliza e se mexe. Aí, há mudança possível. Aí, há a criação de novos hábitos. Porque a maior parte das coisas na vida não acontece (nem se resolve) por acaso, sem que a gente precise participar – acontece por causa de uma escolha que a gente faz.
Se você quer se sentir mais capaz, mais íntegra, mais feliz (e mais leve), escolha se engajar com a sua vida. A única coisa real que pode impedir você de movimentar o que quer pro seu futuro é a sua falta de ação hoje. Pense nas situações em que já disse a si mesma coisas como “isso pode esperar”, “não estou pronta”, “vou fazer isso amanhã”. Da próxima vez que essa voz sabotadora aparecer, não dê ouvidos: experimente agir e sinta a mudança ser você.