Sempre digo que professor é contador de histórias. Minha mãe é professora também. Uma contadora de histórias, portanto! Sempre contei histórias para o meu filho. Não só as de livro, mas as de vida. É coisa de família. Minha família conta história como ninguém. Temos fama de sermos exagerados. Tenho orgulho disso! É um prazer ver como as pessoas se envolvem com as coisas que contamos! Como, a cada fato novo, os olhares brilham, o corpo se entrega. Faço isso com o Enrique. Conto história de tudo! De coisas de hoje a coisas de ontem! Tenho gosto por contar acontecimentos do passado. Da minha história. Ele fica enlouquecido, curiosíssimo com fatos de minha infância, minha história de colégio, de amizades do prédio, das viagens que a minha mãe me proporcionou. Assim, constrói uma imagem literária do pai, de suas origens, de resoluções de problemas. A vida sendo escrita na poesia da narrativa do pai. Cada palavra é estruturante nessa relação. Cada gesto, cada verbo, adjetivo são determinantes para ele entender o
mundo, perceber suas relações. Outro dia, antes de dormir, contou uma história de quando era pequeno (ele tem 5 anos). Quando eu era pequeno, lembro de que gostava quando você me contava histórias. Disse o meu menino.
#SopaDePai