Ícone do site Titi Vidal

Guardar o Amanhã

O rio ri, o céu chora, e até chegar ao mar, demora
(Lenine)


No meu penúltimo texto “Natureza e os Sons” (https://titividal.com.br/natureza-e-os-sons-2/) tinha comentado sobre o mal trato ao nosso meio ambiente e, hoje, frente aos fatos ocorridos na Amazônia só aumenta a minha tristeza, a revolta e a apreensão quanto à preservação das riquezas naturais do Brasil.

As matas, florestas, campos, rios, lagos e o mar sempre foram, além de suas riquezas econômicas, fontes de fortalecimento espiritual, de conectividade e de inspiração artística.

Nesse sentido, quero mostrar alguns trabalhos musicais que buscam e se nutrem da riqueza dos elementos da natureza e da beleza cultural dos povos que vivem nela, a respeitam e reconhecem a enorme importância de salvaguardá-la para sobrevivência do corpo, alma e espírito do ser humano.

O grupo instrumental mineiro Uakti desenvolve um intenso trabalho de pesquisa de sonoridades, inventando e tocando em instrumentos criados por eles, utilizando materiais como tubos de PVC, vidro, metal, e criando temas elaborados e belíssimos. O nome do grupo é retirado de uma lenda amazônica: Uakti era uma criatura enorme, com buracos por todo o corpo, e sempre que ele corria pela floresta, o vento que passava por seu corpo produzia sons maravilhosos e intrigantes. No primeiro link abaixo, o Uakti toca o tema “Rio Amazonas”, que foi criada pelo compositor minimalista americano Philip Glass, especialmente para a coreografia “Sete ou oito peças para um ballet”, elaborada por Rodrigo Pederneiras, para o Grupo Corpo. No segundo link, você poderá ver o grupo dançando uma parte dessa música.

A cearense Marlui Miranda é compositora, cantora, violonista. Tocou com Egberto Gismonti, Taiguara e Milton Nascimento. Em 1998, participou do disco “O Sol de Oslo” com Gilberto Gil, Bugge Wesseltoft, Trilok Gurtu, Rodolfo Stroeter e Toninho Ferragutti. Ela é uma grande pesquisadora das tradições musicais dos povos da Amazônia. Em reconhecimento ao seu importante e incansável trabalho, em 2015, ela ganhou o 26º Prêmio da Música Brasileira na categoria “Melhor Cantora Regional”. Veja o Papo Coral Infanto Juvenil cantar “Araruna”, adaptação que Marlui Miranda fez dos cantos dos índios Parakanã do Pará.

https://br.video.search.yahoo.com/yhs/search;_ylt=AwrCmrChtnNd3lEAwSAf7At.;_ylu=X3oDMTB0N2Noc21lBGNvbG8DYmYxBHBvcwMxBHZ0aWQDBHNlYwNwaXZz?p=Marlui+Miranda&type=wncy_popjar_16_17_ssg06&hspart=iry&hsimp=yhs-fullyhosted_003&param1=1&param2=f%3D4%26b%3DFirefox%26cc%3Dbr%26pa%3DWincy%26cd%3D2XzuyEtN2Y1L1QzuyCyEtC0CyCyByCyE0A0D0EtA0DtDyD0AtN0D0Tzu0StCyDzztCtN1L2XzutAtFtBtCtFtCtFtCtN1L1Czu1BtAtN1L1G1B1V1N2Y1L1Qzu2SyD0DyD0Dzyzyzz0BtGyBtBtDtDtGyBzz0C0DtGyBzyyE0DtGtB0C0F0AyCzyzz0ByE0C0EyC2QtN1M1F1B2Z1V1N2Y1L1Qzu2SyCyB0Dzy0AzzyC0DtGzzzyyEzytGyEyDtD0FtG0AyD0AtAtGtDtA0A0E0BtAyCtD0F0F0BtB2QtN0A0LzuyE%26cr%3D1314663186%26a%3Dwncy_popjar_16_17_ssg06%26os_ver%3D6.3%26os%3DWindows%2B8.1%2BSingle%2BLanguage&ei=UTF-8&fr=yhs-iry-fullyhosted_003#action=view&id=27&vid=77cf675c5ea2c56e68f9070bfa3e3775

Em um dos meus primeiros textos na Rede Bellatrix – “Cantar é vestir-se com a voz que se tem” (https://titividal.com.br/cantar-e-vestir-se-com-a-voz-que-se-tem/) – eu comentei sobre o Mawaca. Agora, vou querer destacar outro momento desse belo grupo. De seu show “Cantos da Floresta”, que gerou o DVD “Rupestres Sonoros”, cantam “Tamota Mariorê” dos índios Txucarramãe, do Xingu.

E como não remeter à “Um Índio”, de Caetano Veloso, em que um trecho da letra diz: “E aquilo que nesse momento se revelará aos povos, surpreenderá a todos não por ser exótico, mas pelo fato de poder ter sempre estado oculto, quando terá sido o óbvio”. Ouça nas vozes dos Doces Bárbaros (Caetano Veloso, Gal Costa, Gilberto Gil e Maria Bethânia).

https://www.youtube.com/watch?v=EjuDlXsuuhc

E encerro destacando uma pequena frase que aparece na voz de Emicida no vídeo “I’m alive” criado pela ONG Rainforest Alliance – “Quem louva a beleza da natureza guarda o amanhã”.

https://www.youtube.com/watch?v=FvIyRzm8JMo

Sair da versão mobile