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Foi uma BAHUINIA que cruzou o meu caminho e me mostrou que Saturno dói mas é cheio de flores

Era uma noite de outubro de 2016. Saímos atrasados, meu marido e eu, para uma reunião na escola da minha filha. Era uma reunião pra contar como seria o ano seguinte e a gente não queria perder de jeito nenhum. Como estávamos atrasados, pedi o carro da minha mãe, que tinha vindo em casa ficar com a minha filha, emprestado. Era um carro novo e eu nunca havia dirigido ele. Chegamos às pressas para a reunião e quando estacionei, me dei conta que não havia um freio de mão. No lugar, um botão, que apertei para “puxar” o freio, meio insegura de que o carro ficaria mesmo estacionado. Descemos, ainda correndo, e enquanto andávamos bem apressados, falamos juntos “será que o carro não vai mesmo embora dali?”. Contando, tenho até vontade de rir, mas na hora olhei para trás para ver se o carro continuava estacionado e nem me lembrei que bem na frente da escola tem uma árvore torta, e que sempre que passamos por ali precisamos abaixar levemente para não bater nela. Pronto, o acidente estava feito. O carro estava ali, paradinho da Silva, mas a minha cabeça bateu direto na árvore. Imagine só: noite, escuro, pressa, passos bem rápidos, olhando pra trás, virei de repente bem na hora que a cabeça bateu, com tudo, na dita cuja da árvore. A pancada foi tão forte que eu caí no chão, morrendo de dor. Fiquei tonta, atordoada, a coisa foi feia. Mas, respirei fundo, levantei e bem atordoada, entramos pra reunião, na qual fiquei tonta o tempo todo.

Dali em diante, senti muita dor. Mas quando digo que senti dor, foi muita dor mesmo. Cheguei a ir no homeopata, no neurologista, no acupunturista, na radiestesista…. cuidei de tudo quanto foi jeito e a dor só aumentou. Cheguei a ter formigamento no rosto, dores intensas no ponto da pancada e em toda cabeça.

Nesse momento, Saturno começava um trânsito que eu já sabia que seria bem difícil. Estava chegando no meu fundo do céu, e por isso chegava em cima do meu Netuno. Naquele momento estava no ápice uma quadratura do Saturno com meu ascendente e logo mais começaria uma com minha Lua. Poucos meses depois (aproximadamente dois) Saturno faria uma oposição ao meu Sol e ao meu Mercúrio (regente do meu ascendente e dispositor do meu Sol).

Esses trânsitos foram muito longos, terminaram só agora, em outubro de 2017. Por orbe, a oposição ao Sol e ao Mercúrio ainda será sentida por mim até meados de novembro. No momento da pancada que dei na árvore, em outubro de 2016, uma progressão de Lua ativava desafiadoramente o Saturno, reforçando esse quadro astrológico. Ou seja, a coisa foi feia e cheia de consequeências.

Já era abril de 2017, quando fiz uma viagem linda com minha mãe e minha filha. Fomos pra Disney comemorar o aniversário da vovó, que queria muito ter a oportunidade de levar a neta o quanto antes e se deu de presente essa viagem que foi um presente para nós três. A viagem foi linda e cheia de ótimos momentos e lembranças que vamos guardar a vida inteira. A dor de cabeça seguia firme e forte, mas ainda suportável. Eis que na véspera de voltar da viagem ao mundo mágico do Mickey eu caí feio e bati a cabeça, de novo. Bati também o pescoço e daí pra frente a coisa só piorou.  Nesse momento, enquanto eu viajava, Saturno havia ficado retrógrado há pouco e tornava a aplicar os aspectos tensos todinhos de novo para o meu mapa. De novo, Sol, Ascendente, Lua, Mercúrio e Netuno (e MC) sentiram sua pressão e seus efeitos e dali em diante comecei a sentir cada vez mais dor.

Dores horríveis, juro. Acho que muita gente no meu lugar teria parado de trabalhar e de tudo mais. Enxaquecas insuportáveis seguiram-se e a forte dor nos pontos das batidas aumentava a cada dia. Enlouquecedor. Nessa altura do campeonato, já eram meses (6 para ser bem exata) de dor todo santo dia. Dá pra imaginar?

Mas, quando a gente é mãe e quando a gente precisa trabalhar, não tem jeito. Segui fazendo praticamente tudo em um ritmo bem mais lento, mas que era o mais rápido que eu conseguia. Pela primeira vez na vida, nem fiz grandes comemorações no meu aniversário, em junho. Jantei com a família e apenas 4 amigos. Mal tinha energia ou força pra ficar dando atenção ou revendo as pessoas.

As consultas médicas e os diversos tratamentos se seguiram. Cheguei a tomar remédio forte que não resolveu o problema e ainda trouxe uma porção de efeitos colaterais que pioraram tudo.

Era junho, dia de São João e enquanto Saturno aproximava-se cada vez mais de mais da metade do meu mapa, teve uma festa junina linda da escola da minha filha. Nos divertimos a manhã toda, foi mágico. Ela se divertiu, dançou, brincou, comeu. Tudo perfeito, tirando uma queda de nada que fez ela chorar por alguns instantes. Como ela mesma disse muitas vezes depois, não foi ela que caiu, “mas umas crianças grandes que derrubaram”. Mas, enfim, nada demais. Voltamos para cada felizes da vida para um almoço de sábado em família, com direito a pai, mãe, vovó e irmã mais velha (tenho dois enteados adolescentes).

Minha filha chegou cansada e quase dormindo mas até ai, nada fora do comum pra uma criança que brincou, dançou e correu muito a manhã inteira. Pediu pra eu fazer um prato de comida mas também pediu pra eu fazer uma caminha na sala pra ela descansar um pouco. Almoçamos e ela ficou deitada. Como meu marido iria trabalhar a tarde, fomos ver se ela estava acordada pra dar tchau e quando olhei pra ela achei que tinha alguma coisa estranha. Estava ofegante, olhando pro nada, de olhos abertos e nem me respondeu. Ligamos um alerta. Começamos a chamar, chamar, chamar. Nada. Dai em diante vivi o pior dia da minha vida.

Percebemos que tinha alguma coisa errada acontecendo e ela foi ficando ausente, ausente, ausente… parecia que ia desmaiar, que estava apagando. Saímos voando, de chinelo, sem celular, às pressas. Até respiração boca a boca no caminho eu fiz. Chegamos em 5 minutos num hospital perto de casa (no qual passamos em frente todos os dias e sempre repetimos que jamais entraríamos ali). Descemos do carro com ela totalmente ausente do carro e fomos informados que não havia pediatra ali. Não quisemos nem saber, praticamente invadimos o hospital em busca de um médico. No fim, fomos super bem atendidos por dois médicos e algumas enfermeiras de plantão, que prestaram os primeiros socorros, mas que também ficaram bastante preocupados.

Enfim, pra resumir a história, tudo passou na nossa cabeça. O que ela teve foi uma espécie de convulsão, só que ela ficou quase duas horas sem reagir. Depois de quase esse tempo todo, voltou a responder com o olhar, mas voltar a falar mesmo, só muito tempo depois. Ficamos imaginando o tombo que tomou que parecia inofensivo, mas que poderia ter batido a cabeça, a biribinha que deram pra ela e que pensei que ela podia ter engolido, enfim, pensamos de tudo.

Foram quase duas horas esperando a ambulância do convênio chegar, e nada. Conseguimos uma particular e só depois de 3 horas chegamos num pronto socorro pediátrico. A tomografia normal nos acalmou e só horas depois dela percebemos que minha filha estava um pouco quente. O exame de sangue, simultaneamente, indicou alguma infecção leve no organismo e, bingo, provavelmente teria sido uma convulsão por febre.

Ela melhorou e fomos pra casa mas os dias que se seguiram foram horríveis. O susto tinha sido grande e foram dias e noites sem dormir, medindo febre de meia em meia hora e correndo pro pronto socorro a cada sinal de alguma coisa estranha (como a temperatura cair para baixo de 35 no dia seguinte, por exemplo).

Saturno ia ficando cada vez mais em cima de mim  e no meio de tanta pressão e preocupação, de muito trabalho e uma série de outros problemas familiares envolvendo saúde de outras pessoas quem acabou pifando, fui eu. Tive umas duas ou três crises de ansiedade, de parar no hospital achando que estava pra morrer. Dor no peito, tremedeira, rosto formigando. E a cabeça, doendo cada vez mais e mais, me enlouquecendo.

Em julho, uma viagem em família foi bem bacana e aliviou um pouco as coisas. Passamos alguns dias circulando por Minas Gerais, com direito a conhecer Lobo-Guará e tudo mais. Foi bom pra descansar, e refletir sobre a vida, apesar da dor sempre presente. Nesse momento uma progressão positiva pro meu Saturno aliviava um pouco as coisas.

Conhecer Astrologia nessas horas ajuda muito. A gente sabe quanto tempo as coisas vão durar e por mais longo que seja um trânsito ruim, sabemos quando será o fim, quais os recursos para lidar e como dosar as forças necessárias pra enfrentar. A partir de agosto, eu sabia que boas progressões trariam bons acontecimentos e um bem estar que me ajudaria a sair disso tudo.

Alias, mesmo com todos aspectos tensos de Saturno, ele também fazia, ao mesmo tempo, lindos aspectos com Marte e Saturno e acho que ele mesmo me deu forças pra enfrentar tudo que precisei. Porque além de tudo que estou contando aqui, passei por mais uma série de apuros e preocupações durante todo esse período. E segui firme e forte a vida de mãe, filha, esposa e profissional, fazendo o melhor que podia enquanto as cobranças só aumentavam.

Tenho que dizer que meus cuidadores também foram fundamentais nesse momento: diversos médicos, acupunturista, astrólogo, psicóloga, radiestesista, etc. Sem falar nos amigos e no meu marido. Não fosse tanta ajuda, teria sido ainda mais difícil lidar com tantas e tão fortes emoções.

Minha previsão foi de que em meados de setembro, quando uma lua nova especial pegaria minha casa 1, tudo começaria a melhorar. E foi isso mesmo que aconteceu. Pouco antes conheci duas novas médicas que ajudaram muito, mudando o tratamento. Ah, nesse meio tempo também descobri que minha vitamina D estava super baixa, o que não ajudava em nada e só me deixava ainda menos disposta. A cara de Saturno (que reduz) opondo Sol (a vitamina D é a própria vitamina do Sol). Enfim, a partir de setembro a dor na cabeça foi diminuindo lentamente, mas qualquer melhora, pra mim, já era motivo de comemoração.

Voltei a produzir mais nesse período e um dos meus incômodos era justamente esse. Estava trabalhando bem menos. Atendendo menos. Escrevendo pouco. Tudo isso fazendo muita falta e me deixando ainda mais aflita.

Em outubro, como previsto por mim (graças à nossa amada Astrologia) a dor foi passando, passando, passando… finalmente, passou. Faz poucos dias que não sinto dor. Mas tenho que dizer que sigo sabendo dizer direitinho onde foi a batida, porque o ponto está ali lembrando que um dia houve dor. Mas, acho que finalmente, tudo passou. Pra fechar o ciclo, fiz um último exame. Um , não: três em um. Três ressonâncias magnéticas que me fizeram ficar quase uma hora com a cabeça presa dentro de um tubo, vivendo literalmente meu Marte e meu Saturno, que tenho na casa 12. O resultado dos exames felizmente foi ótimo e não indicou qualquer alteração.

Só pra completar esse cenário, logo no início desse ciclo, meio que simultaneamente com a batida na cabeça, tive uma das maiores decepções da minha vida, uma traição profissional vinda de uma das minhas melhores amigas. Sabe aquela pessoa que você confia muito, que tem como se fosse uma irmã e com quem troca todas as confidências da sua vida? Pois foi uma amiga assim. E daquelas coisas que por mais que o perdão venha, numa mais permite que a amizade volte. Uma pena. Dia desses, com o fim do aspecto, soube que de alguma maneira ela pelo menos se arrepende e que parece ter alguma consciência do que fez. Que bom, que seja feliz.

Nesse meio tempo, eu decidi retomar um projeto antigo, de recontar toda história da minha vida com a Astrologia. E não é que as outras vezes que vivi esses mesmos aspectos de Saturno vivi coisas bem parecidas?

O mais curioso de todos esses períodos foi 2002, quando Saturno estava exatamente no ponto oposto e apesar de estar, naquela época, fazendo outros aspectos, mexia com os mesmos planetas (aliás, vocês também podem fazer essa viagem no tempo e pensar o que aconteceu de semelhante nesse mesmo período). Naquele ano, sofri um acidente horrível de carro. As pessoas envolvidas só não morreram, inclusive eu, porque os anjos da guarda estavam atentos e de plantão, e porque não era hora de ninguém partir. Mas o acidente, me deixou sequelas e dores por meses, e uma série de limitações que apesar de diferentes das deste momento, trouxeram sensações internas e simbólicas bastante parecidas.

E, sabe, essa é das coisas mais lindas da Astrologia.  A vida acontece em ciclos e é por isso que conseguimos prever e também saber como lidar, por isso sabemos que tudo sempre muda e que a vida vai acontecendo numa espécie de espiral. Um momento ajuda a compreender o outro e assim ela nos ajuda muito a viver melhor a vida.

Mas o bom de tudo isso é que apesar de ter ficado muito tempo com dor, de ter tido muitos momentos de trabalho muito atrasado, e de ter passado por muitas coisas ruins nesse período, as coisas agora estão bem melhores. Ainda estou com alguns problemas na família e preocupações no dia a dia. Entre outros, minha mãe ficou meses imobilizada, depois de ter quebrado pé e travado do ciático, também coisas de Saturno, que está pegando em cheio o mapa dela também). Mas aos poucos, sinto que está tudo melhor.

As cobranças desse período (totalmente compreensíveis, já que eu sempre respondi rápido e era super eficiente) foram importantes também não só pra eu saber dos meus limites, mas para que os  outros também saibam que eu sou humana, igualzinho a todo mundo.

E agora que as coisas estão bem melhores, estou me sentindo bem, forte, cheia de energia.  Voltei pra academia depois de 3 anos! Voltei a atender um pouco mais (ainda não no ritmo de antes de ser mãe, mas já bem mais do que nos últimos quase 3 anos). Voltei a escrever muito. Estou com textos de meses já escritos, enviados e programados e com grandes projetos em evolução (aguardem e acompanhem, vem muita coisa boa por ai, 2018 promete). Alias, no meio disso tudo também me dei conta que virei mesmo astróloga em 2002, justo quando Saturno “me pegou” da outra vez. Na época, eu ainda era advogada (atuei como advogada até o fim de 2004), mas foi um pouco antes em 2002 e 2003 que comecei a atender pessoas, cobrar por esse trabalho e me profissionalizar, e que comecei a aprofundar ainda mais meus estudos e estruturar essa nova carreira que, na época, eu nem imaginava que iria crescer tanto.

Eis que agora, no meio de tanta dor, tantos problemas e tanta tensão, muita coisa boa aconteceu e está acontecendo e estou tendo um claro retorno de todo meu esforço ao longo desses anos, de tanta dedicação e amor por esse meu trabalho que eu amo tanto. Estou sendo reconhecida e recompensada pelo universo, e claro que à moda de Saturno, com muito mais trabalho pela frente, estou feliz com as novidades que o universo está me trazendo e me prometendo para dentro em breve.

Por isso que eu sempre digo que Saturno cobra, testa, dá um trabalho desgraçado, mas sempre nos compensa muito bem, na medida dos nossos esforços.

Minha filha felizmente também está ótima, fazendo 3 anos e já sabendo muito bem o que é ter Saturno em trânsito com Sol, Vênus e Lua. Começou cedo. E só parou de mamar agora, prestes a fazer 3 anos, o que também era uma responsabilidade da mamãe aqui, pois apesar da amamentação ser um ato de amor, é algo que também demanda uma energia e muitas outras emoções envolvidas.

E no fim das contas a vida é linda, com tudo de difícil e desafiador que ela também tem. Acho curioso ter inaugurado um período tão difícil sob os efeitos de Saturno batendo a cabeça justamente numa Bahuinia que, pra quem não conhece ou não se lembra qual é, é uma árvore maravilhosa, que dá flores lindas e que com certeza estava ali pra me lembrar da dureza e da estrutura de Saturno, de toda vida que ele carrega através da sabedoria do tempo e dos limites todos, que ensina sobre os ciclos e tempos da vida, dos momentos com e sem flores, mostrando que colhemos o que plantamos e que por maiores que sejam as dificuldades, a vida sempre tem flores pelo nosso caminho.

Sem dúvida estou mais forte, mais madura e mais pronta pra vida agora. Agradecida pela experiência e pelas recompensas Saturninas. E muito aliviada por não sentir mais dor. Ufa!

PS1 – depois de ter escrito esse texto minha filha ainda teve febre outras duas vezes, eu ainda tive algumas crises de enxaqueca e ainda fui parar no hospital com uma falta de ar que levou dias pra passar, meu enteado passou uma semana na UTI (ainda está no hospital, mas felizmente melhorando e com perspectivas de sair em breve) minha mãe voltou a ter muita dor  e meu pai tem uma biópsia complicada pela frente…Mas, como tudo na vida passa, isso tudo também vai passar… que assim seja!

PS2 – Preciso agradecer nominalmente algumas pessoas: Dr Walter (meu homeopata, amigo e parceiro de trabalho), Erane (minha psicóloga), M. Isabel (minha psiquiatra), Bárbara (minha radiestesista) e Massaite (meu acupunturista); tive outros médicos pelo caminho, Emanuel que me acompanhou nas leituras das cartas que foram de grande valia nesse momento, Robson meu astrólogo que fez meu mapa do ano, muitos amigos e amigas que não vou citar os nomes pra não correr o risco de esquecer alguém injustamente mas cada um sabe o quanto foi importante mesmo os que não estavam tão próximos (apesar de por conta disso tudo infelizmente não ter conseguido estar próxima de tantos outros de quem eu desejava e precisava estar), minha família e meu amado marido, Pedro, companheiro de vida e de todas as horas. Que bom que tive e tenho vocês na minha vida <3

PS3 – também agradeço clientes e alunos, leitores e telespectadores, pela presença, por tudo que aprendo com vocês, pela paciência nessa fase mais conturbada (sei que fiquei devendo respostas e áudios e várias coisas que em outros tempos iam no mesmo dia e que ultimamente chegam a levar semanas).

PS4 – tanta gente devia bater a cabeça na árvore que agora tem essa placa que, quando eu bati, não tinha!

(de fato, é uma bela árvore passando…rs)

 

 

 

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