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Eu sou, tu és, nós somos

Amizade entre pessoas diferentes está escassa hoje. Amigos na mesma área e correndo em raias que por vezes se cruzam é coisa ainda mais rara. Eu sou, tu és, nós somos e nenhum é o outro.
(Leandro Karnal, em “Tetraedro” publicado em “O Estado de São Paulo” em 10.11.2019)


Os textos que elaboro para a Rede Bellatrix têm vindo do momento que vivemos e das experiências que me tocam e fazem refletir. Em alguns deles estão presentes temas recorrentes, que a meu ver precisam ser sempre reiterados. Um deles é a Amizade, que considero um dos quatro pilares de conhecimento na minha vida, junto à Música (que é contatar-se com as emoções e o mundo sensível), a Astrologia (conhecer a si mesmo inserido no Cosmo), as Viagens (descobrir o Mundo e as diferentes culturas) e a Amizade (aprender afetivamente a se relacionar com os Outros).

Em “Bate Papo Musical” (https://titividal.com.br/bate-papo-musical/) destaco o clima de amizade e parceria que o músico Nelson Faria estabelece em “Um café lá em casa” com seus convidados. Já em “Sem fronteiras, sem preconceitos” (https://titividal.com.br/sem-fronteiras-sem-preconceitos/) destaco as diversas conversas entre músicos com diferentes vivências.

O tema da Amizade voltou por ter assistido alguns vídeos da cantora britânica Joss Stone e seu projeto “Total World Tour”. Ela que já vendeu milhões de álbuns, cansada da intensidade e das limitações de ser uma estrela, decidiu “comprar a própria liberdade”. Ela comprou de volta os direitos de suas músicas e voltou a ser uma artista independente. Investiu o dinheiro acumulado nos anos de fama mundial para realizar seu sonho: viajar conhecendo a música do mundo. Em mais de duas centenas de países e territórios visitados, Joss Stone colabora com músicos locais, além de ajudar a divulgar projetos voluntários ou de caridade que tenham a ver com música. Destaco alguns desses encontros: com Afrosul Messenger da Costa do Marfim (https://www.youtube.com/watch?v=LyI3QGJKJT0), com Asher Otto de Antigua & Barbuda (https://www.youtube.com/watch?v=MMLnI76XCr8), com o grupo Amaru Pumac Kuntuer do Peru (https://www.youtube.com/watch?v=mW3-ayrrrEc), com a cantora Omara Portuondo de Cuba (https://www.youtube.com/watch?v=VJziMqzPyxc) e Scilas Oliveira do Brasil (https://www.youtube.com/watch?v=QY-dD3MzrX8).

Outro belo projeto que me tocou foi ouvir o 2º CD – Caravana Refugi – da Orquestra Mundana Refugi, fruto do trabalho de quase três anos desse grupo. Idealizado pela assistente social e bacharel em história Cléo Regina Miranda e o músico Carlinhos Antunes, o “Projeto Mundana Refugi” é o desejo de realizar algo criativo e voltado à inclusão social de refugiados na cidade de São Paulo. A Orquestra Mundana, que já existia há 15 anos, foi ampliada com participantes vindos de várias partes do mundo (Brasil, China, Congo, Cuba, França, Guiné, França, Guiné, Irã, Palestina, Síria e Tunísia). São várias línguas e linguagens musicais, mas como dito por uma das integrantes da Orquestra Mundana Refugi, “com a música, não precisa de palavras”. Veja estes vídeos https://www.youtube.com/watch?v=1lbqaF7M1PA e https://www.youtube.com/watch?v=P23EIgY0TWQ e conheça um pouco mais sobre este importante projeto.

Este grupo me remeteu a três amigos e parceiros musicais cantando “Atravessamos o mar Egeu, um barco cheio de Fariseus com os Cubanos, Sírios, ciganos como Romanos sem Coliseu”. Os TribalistasArnaldo Antunes, Marisa Monte e Carlinhos Brown – na canção “Diáspora” (https://www.youtube.com/watch?v=FxoA2NDsrmA).

Em outro texto meu – “Outros sons, outros espaços” (https://titividal.com.br/outros-sons-outros-espacos/) -, eu mencionei sobre o projeto Playing for Change. E encerro com músicos de várias partes do mundo, que integram este projeto, cantando “One Love”, de Bob Marley (https://www.youtube.com/watch?v=4xjPODksI08) – “Um amor, um coração. Vamos ficar juntos e sentir-nos bem”.

Chegou a hora do mundo ser uma raça humana
(Bob Marley)

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