O mapa visto como uma peça teatral
Quando nascemos cada um dos planetas estava em um ponto determinado do céu. Tirando uma foto deste momento, surgiu nosso mapa astrológico. O mapa é, portanto, a fotografia do céu no instante do nascimento. É como se fosse o céu congelado que nos influenciará ao longo de toda nossa vida. Sob outro ponto de vista, o mapa revela quem somos, como um manual de instruções. Ele contém cada um dos aspectos de nossa personalidade, de nossas emoções, necessidades e desejos. Em um mapa temos os planetas, os signos e as casas astrológicas, além dos aspectos existentes entre os planetas. Em relação aos planetas, podemos dizer que o Sol representa a essência individual, a personalidade, o ego e a vitalidade. É nosso “Eu Sou”. Mas somente podemos ser se sabemos qual a nossa origem, representada pela Lua, que fala sobre nossas emoções, sentimentos, a família e as necessidades emocionais. Mercúrio, por sua vez, representa a comunicação e o entendimento. Mas somente podemos nos expressar bem se sabemos quem somos e de onde viemos. Para nos relacionarmos, precisamos de Vênus, planeta ligado aos relacionamentos, aos desejos e aos sentimentos afetivos. E Marte, último planeta pessoal, indica como nos afirmamos, como são nossas ações e como lidamos com nossa sexualidade e com a energia agressiva. Estes cinco astros são chamados planetas pessoais pois traduzem nossa personalidade. Então vêm Júpiter e Saturno, planetas sociais ligados à expansividade e aos limites, respectivamente. Júpiter é significador de sorte, proteção e expansão, enquanto Saturno tem a ver com responsabilidade, limitação e estruturação. Por fim, temos os planetas geracionais, Urano, Netuno e Plutão, que representam, respectivamente, liberdade, espiritualidade e transformação. Mas claro que cada planeta tem também outros significados, todos igualmente importantes em uma interpretação. Cada um destes planetas está disposto em nosso mapa em um signo determinado, que dá suas características e formas de expressão. Além disso, os planetas estão em alguma das doze casas astrológicas, cada uma representante de determinada área de nossa vida. São doze signos e doze casas, sendo as casas as áreas de manifestação ou atuação dos planetas. É possível comparar nosso mapa astrológico com uma peça de teatro. O mapa é o palco. Os planetas são os atores. Cada um deles possui vida própria, suas personalidades e significados. Cada qual é por si mesmo e tem a ver com assuntos específicos. Mas cada planeta está vestido de uma forma, representando um determinado personagem. Ele vai atuar de forma distinta em cada mapa, tingido com as qualidades do signo onde se encontra. Por exemplo, mercúrio tem a ver com a comunicação, em qualquer mapa que esteja. Mas irá atuar de forma diferente de acordo com o signo onde se encontra. Assim, um mercúrio em Áries será mais explosivo, direto, bom para discussões, com pensamentos rápidos e muitas vezes impensados, ao passo que um mercúrio em Capricórnio será mais cauteloso ao se expressar, falando apenas o necessário e com muita atenção às regras gramaticais. São como personagens representados pelo mesmo ator. É assim com cada um dos planetas. E cada um deles está disposto em um pedaço específico do palco. São as casas astrológicas no mapa. A atuação do planeta é mais forte na casa onde está e nas casas relacionadas por regência (cada planeta rege determinado signo e, portanto, a casa onde este signo está). Como um ator no palco, cuja presença se faz mais forte no lugar onde ele se encontra. Por fim, estes atores estabelecem contatos e diálogos entre eles. São os chamados aspectos astrológicos, relações estabelecidas entre os personagens. É comum, em uma peça, dois ou mais atores contracenarem, ao passo que outro núcleo permanece isolado. O mesmo acontece em nosso mapa, pois nem todos os planetas falam entre si. Aspectos são, portanto, interação entre energias planetárias. E a combinação disso tudo é a peça de teatro. E é também nosso mapa e, conseqüentemente, nossa vida. Todos os planetas atuam ao mesmo tempo, pois precisamos de cada um deles para exercer sua função. E cada um irá atuar de acordo com o signo onde está e com maior intensidade na área onde se encontra. E suas essências e aspectos indicarão as afinidades e desarmonias internas que possuímos entre as diversas funções de nossa personalidade. Como numa peça, onde alguns personagens são amigos e se ajudam de forma mútua enquanto outros prejudicam-se ou nem mesmo estabelecem qualquer contato. Apesar disso, no todo a peça sempre faz sentido. Como faz também a nossa vida. Tudo faz sempre sentido, basta mudar o ponto de vista. Basta olhar para a vida como um todo e não como peças isoladas de um quebra-cabeças. Nossa vida é como uma peça em cartaz na grande obra do universo. E somos nós, os donos do mapa, o diretor desta peça, capazes de dirigir da melhor forma possível o roteiro de nossas vidas.