Tem coisa mais difícil do que não poder ajudar seu filho, sua filha em alguma situação? Aquela situação que eles e elas terão de passar, terão de enfrentar. E você só pode ficar ao lado, de coração aberto, de mãos dadas. Baita aprendizagem! Tive medo quando o meu filho apresentou dificuldades para falar. Ele não conseguia formar uma frase sem gaguejar. Começava a apresentar sintomas no corpo dessa dificuldade. Quando percebemos e resolvemos levá-lo a especialistas, já havia passado alguns meses. Achávamos que ia passar, que poderia ser normal. Demoramos, quando responsáveis pelas crianças, para entender quando algo pode não ir tão bem. Ele jamais foi vítima de outras crianças ou adultos em falas que o ferissem em relação a essa dificuldade. Tivemos uma boa orientação para lidarmos com o presente. Mas entender que não poderíamos resolver essa questão para ele, que não dependia de nós… é outra coisa. Não adiantava soprar, dar beijinho… o fato é que essa dificuldade estava lá presente. Estivemos ao seu lado. O tempo todo. De mãos dadas e coração aberto. E que sorte tivemos com os especialistas que o acompanharam! Aos poucos, à medida que entendíamos que resolver não era a solução, essa questão foi se tornando cada vez menor, para nós e para ele. Doía pensar no futuro, em como lidaria quando alguém falasse algo sobre sua dificuldade. Normal pensarmos isso. Acho que ele entendeu, que nos fez entender, que tem coisas que não dependem de nós. E seguimos a vida de mãos dadas.