Ícone do site Titi Vidal

Como seria o mapa astrológico do Louco do Tarô?

O Louco é o primeiro arcano do tarô. Aliás, ele é o zero, o vazio que antecede qualquer início ou criação. Por isso é também o coringa e em muitos baralhos é a última carta, e não a primeira, já que ele pode estar em qualquer lugar. É um andarilho, um homem que ruma sem destino e que, ao que tudo indica na carta, pode estar à beira de um precipício. Sua bagagem é pequena. Carrega apenas o necessário, em sinal de desapego e de uma vida toda que pode ter ficado pra trás. Vai caminhando sem rumo e sem destino, seguindo seus instintos e intuição, sem saber o que vem pela frente. Nesse caminho sem destino, ele pode se perder ou se encontrar, despencar precipício abaixo ou voar como uma borboleta que acabou de se libertar.

Quando olhamos para ele, logo pensamos: “é um louco”. Para uns, parece alguém que não sabe o que faz. Para outros, parece feliz, livre e desapegado sem precisar dar satisfação a ninguém, nem ao destino.

Podemos notar uma personalidade instintiva, intuitiva, típica de quem consegue ouvir a voz interior muito mais do que aquilo que os outros dizem. Por sinal, não há nada que se possa dizer a ele que o fará mudar de ideia ou de direção (não que ele tenha uma planejada, porque de fato não tem). A verdade é que, no fundo, ele não está nem aí para os fatos do mundo cotidiano. Ele está ouvindo e seguindo a música do universo, mesmo que faça isso sem saber. Ele dialoga com suas percepções raramente são claras e com um lado instintivo, talvez representado pelo cachorro, que é quem lhe diz para onde ir e o que fazer.

De alguma maneira, ele nos ensina a fazer a ponte entre a consciência e o inconsciente, nossa parte mágica e secreta que, para C.G.Jung, por exemplo, é nossa parte mais sábia, onde temos todas as respostas e que melhor sabe qual caminho devemos seguir. Quando não damos bola para o que o inconsciente quer nos dizer, em geral ele nos prega peças e nos faz perder o caminho. O Louco bem sabe disso.

Dizem que de médico e louco todos temos um pouco. E é aí que nos identificamos com esse jovem que segue sem rumo pela vida, parecendo tão maluco ou perdido, mas feliz por poder seguir um caminho que é só seu. Ele é, no fundo, um herói, que percorre uma jornada cheia de aventuras e crescimento, procurando por sua bliss, um presente mágico que o universo nos dá quando seguimos nosso próprio destino.

Por tolice ou ingenuidade, o Louco está disposto a correr riscos, porque, no fundo, alguma coisa diz pra ele que a viagem vale a pena.

Características estas todas que, combinadas, podem ser de um Sol em Peixes, com Ascendente em Áries e Lua em Sagitário.

 

Sol em Peixes

 

Talvez seja o Louco um pisciano. Vemos nele intuição, inspiração, criatividade. É alguém que não pensa de forma linear e muito provavelmente não saberia explicar de forma racional o que sente, o que quer e para onde vai. Talvez ele mesmo nem saiba ou queira inventar a todo instante uma nova forma de ser, seja por escapismo ou esperteza. Como bom pisciano, sabe sempre ouvir e seguir sua voz interior e por se conectar tanto com o inconsciente – não só o seu, mas também com o coletivo – talvez precise mesmo seguir sozinho, sem precisar dar satisfação ou explicação sobre o que está fazendo.

Por ser o último signo do zodíaco, Peixes carrega um pouco de cada um dos outros arcanos e, por conter o todo, pode desapegar. Porque já sabe que a vida não é feita só da matéria e que aquilo que realmente importa está dentro, e não fora.

Um pisciano muitas vezes parece alguém ingênuo, perdido ou confuso. E muitas vezes é. Mas muitas vezes é só uma boa maneira de enganar os outros para que ninguém venha lhe dá sermões sobre o que deve ou não fazer. Como quem não quer nada, consegue tudo que quer e, sem que ninguém perceba, abraça o mundo e todas as aventuras que encontra pela frente.

Conectado com a natureza, sabe seguir seus instintos que, ainda que vez ou outra possam coloca-lo em maus lençóis, outras tantas vezes podem leva-lo longe e, sem que precise pensar tanto a respeito, acabam por coloca-lo no caminho certo, meio que como mágica, talvez pela forte proteção de seu regente astrológico, Júpiter.

 

Ascendente Áries

 

O Louco também nos passa coragem, destreza, capacidade de enfrentar o perigo e arriscar, mesmo sem saber quais desafios vêm pela frente. Talvez um ascendente ariano lhe caia bem. Uma imagem de alguém ousado, decidido, apesar de confuso ou perdido. Apesar de tudo, ele sempre segue, porque o Louco está sempre em movimento, sempre caminhando, sempre seguindo em frente.

Essa boa dose de coragem e ousadia pode lhe por em perigo e atirá-lo precipício abaixo. Talvez seja esse lado ariano que o cachorro da carta representa.

Um ascendente áries muito provavelmente daria ao Louco um Sol de Casa XII, reforçando sua conexão com o inconsciente, com o mundo dos sonhos, símbolos e imagens. Confirmaria sua intuição, aliada à capacidade de ação e a coragem para seguir em frente que um Ascendente em Áries certamente indica.

Um ascendente que também confirma esse aparente desprezo pelo resto do mundo, a vontade ou necessidade de seguir só e a independência e o desapego que visivelmente fazem parte de sua personalidade.

 

Lua em Sagitário

 

A segurança de uma Lua em Sagitário está na aventura, na jornada, nas viagens, na busca por conhecimento e pelos conhecimentos da vida. Mais uma dose de coragem, ousadia e aventura para o Louco, que tem tudo para ganhar o mundo se confiar em sua voz interior e numa sabedoria que, ainda que não tenha consciência disso, carrega dentro de si mesmo.

Uma Lua capaz de deixar o passado pra trás em busca de um futuro que ele mesmo nem sabe o que é ou onde possa estar. Uma Lua que considera sua casa o mundo e que a cada viagem, ou jornada, sente-se mais pleno, realizado e feliz.

É, ainda, uma Lua que confere uma boa dose de otimismo e de fé, necessárias a qualquer viajante, especialmente aos que partem sem destino, com a mochila nas costas, sem saber que experiências irá viver ou o que pode encontrar em seu destino, mas que está disposto a se entregar a esse destino porque sabe que, no fim das contas, a viagem é o que importa, já que, para ele, a melhor parte da vida está na aventura, na busca e no caminho.

 

 

O Louco, de alma pisciana, comportamento ariano e motivações sagitarianas não tem como ficar sentado à espera de seu destino, porque algo dentro dele diz que existem forças maiores que regem as leis da vida e do destino e que apenas quando se entrega à aventura, muitas vezes sem rumo ou sem saber o que está buscando, é que encontrará o verdadeiro sentido de tudo e aquilo que, no fundo, mesmo sem saber, era exatamente aquilo que estava procurando.

Sair da versão mobile