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Como enfrentar o estresse da tensão da vida?

Nosso estilo de vida atual popularizou a palavra “STRESS”, escrita assim como criou o médico Canadense Dr. Hans Selye, no seu livro “Stress – a tensão da vida” de 1956. Ele descreveu de forma magistral os mecanismos de defesa que atuam constantemente para que possamos dar nossa luta diária pela vida. Para ele era importante não ter medo de gozar o stress de uma vida plena, porém sem ser tão ingênuos imaginando que é possível fazê-lo sem esforço intelectual. É que pessoa alguma pode viver sem sentir, em determinados momentos, certo grau de stress. Não estou falando só das doenças físicas e mentais, basta tentar atravessar um cruzamento movimentado, ou até ver o noticiário na TV… O stress em si não é danoso. É também o sal da vida, pois qualquer emoção, qualquer atividade causa stress, desencadeando um processo estudado na medicina como Síndrome de Adaptação Geral, que ajusta nosso meio interno ao externo, num perene dar -e-tomar entre o organismo e o meio inanimado que permite nossa subsistência e também o desfrute da vida. Disto depende o segredo da saúde e da felicidade, e nos faz compreender que sua falha é fonte de doença e infelicidade. A evolução humana se revela como uma aventura de adaptação bem sucedida aos diversos ambientes da Terra, o que fez dela Toda a nossa casa. Isto torna o stress o problema pessoal de maior importância para todos. Conhecer este tema em profundidade nos levará sem dúvida à elaboração de uma filosofia de vida natural e sadia. Muita coisa deve ser levantada como integrante de uma estratégia de bem viver e teremos que integrar muitas práticas numa verdadeiro autoconhecimento que inclua o mundo humano, aquilo que surge da vida humana para além da nossa existência material como seres biológicos no planeta, a ARTE, a FILOSOFIA, a RELIGIOSIDADE e a CIÊNCIA, com bem colocou o criador da HOMEOPATIA Dr. Samuel Hahnemann. Tentar simplificar ou esquecer a abrangência do fenômeno humano pode nos levar á destruição como indivíduos, descompensando a sociedade e ameaçando nossa existência enquanto espécie neste planeta. O pensamento tacanho que compara a vida em sociedade à vida na selva quer colocar como natural a luta entre os homens e mulheres, quando já sabemos que o ser humano é essencialmente afetivo e colaborativo. Viver hoje é comparado com uma guerra e os espólios da guerra ao dinheiro que deve ser obtido a todo custo, pois temos que comprar bens materiais que nos tragam felicidade e segurança. Só que ao final estamos esgotados, não sobrou nem o pó, os bens materiais se foram, o dinheiro não é suficiente, ficamos doentes, invariavelmente envelhecemos e só a MORTE É CERTA. Precisamos então de um pouco(ou muita)SABEDORIA para viver, o que me lembra uma história da tradição que vou contar aqui e ocorreu com o Imam Ali. Quando questionado sobre como ser um melhor guerreiro nesta vida ele entrou em meditação e viu uma espada de aço forte e pensou “ter que ser forte como o aço é a solução, este é o guerreiro mais forte de Deus sobre a Terra”, então viu o fogo que derretia o aço e pensou ser o fogo o maior guerreiro; em seguida a água que apagou o fogo. Ao evaporar a água virou a nuvem imensa e ele viu em seguida o poderoso vento a arrastar. O vento parecia o maior guerreiro até que uma sólida montanha o bloqueou e o cortou. Nisto visualizou um homem subindo a montanha e pensou “este ser extraordinário deve ser o maior guerreiro de Deus sobre a terra”. Então viu que o homem era tomado pelo sono e ficava vulnerável, ”este é o maior guerreiro”, mas o próprio sono era invadido por tristezas, preocupações e dor, sendo também interrompido. “Então o guerreiro mais forte de Deus nesta Terra só pode ser o coração que contém toda a sorte de penas e preocupações”. Então viu uma recordação divina acalmar o coração com sua beleza deixando o coração do homem em PAZ! Então recitou estes versos: “Verdadeiramente, o maior guerreiro de Deus sobre a Terra é recordar o divino e deixar em paz o coração”.
Como observamos neste conto a meditação antes da ação é importantíssima! Tratamos de uma série interminável de necessidades para que a felicidade se estabeleça, e ao final ela aparece de forma simples como paz de espírito! Devido a esta complexidade do viver vamos tratando nestas linhas (assim como nos textos passados e nos que virão!), de traçar possíveis caminhos que conversem entre si, para que possamos atingir a felicidade real nesta existência. A vida não é só trabalhar incansavelmente para obter dinheiro, matando um Leão por dia e queimando toda a nossa vitalidade, nos exaurindo, sendo sugados até o osso! Apenas um terço é para obtermos nosso sustento e cumprirmos nossas necessidades da existência material. Outro terço foi feito para dormirmos e recarregarmos nossas necessidades físicas e morais, e outro terço para desfrutarmos o viver e a criação do reino humano nos dedicando a algo maior ético e transcendente. Trata-se de cuidar da mente e do corpo num conjunto bio-psico-social-ético-sexual-econômico-espiritual, nada simples nestes tempos corridos. O melhor é não se desesperar e esperar a resposta interna como ocorreu com Ali!.

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