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Casas interceptadas: um acontecimento relativamente comum

E sem impactos desafiadores em um mapa

Tem sido cada vez mais comum a pergunta sobre casas interceptadas.

Pra quem é mais leigo no assunto, vou explicar o que isso significa.

Casas astrológicas: 12 divisões presentes em todos os mapas

Todos os mapas possuem 12 casas astrológicas, que são divisões que falam sobre temas e assuntos diferentes.

Cada casa abre em um signo específico, que possui um ou dois planetas regentes e pode ou não ter planetas nela.

É sempre muito importante observar o signo que está na chamada cúspide da casa, uma vez que ele é quem dá o tom da casa e, seu planeta regente, é o grande dono da casa.

Além dele, planetas na casa terão uma influeência sobre ela, apesar de não ter qualquer problema ter uma casa vazia, cujos assuntos acontecerão da mesma forma, como já contei em outro artigo:

Mas como as casas se formam?

A posição das casas está relacionada ao movimento diário da Terra ao redor de si mesma, que tem a ver com o dia e a noite.

Isso significa que, ao longo de um dia, durante as 24hs, a cada 2 hs aproximadamente temos um Ascendente diferente, contemplando os 12 signos. Esse movimento reflete na mudança de aproximadamente 1 grau a cada 4 minutos.

Ascendente, a linha do horizonte

Astrologia e Astronomia estão completamente relacionadas e o céu com o qual trabalhamos na Astrologia, é o mesmo céu que vemos ao olhar para cima.

Isso significa que o mapa astral é, de fato, como uma fotografia do céu no instante do nosso nascimento.

O Ascendente, assim como o Descendente, seu oposto, é a linha do horizonte. O Ascendente é o ponto onde o Sol nasce, ou seja, mostra o signo que está ascendendo naquele instante, sendo o ponto onde Sol, Lua e cada planeta “nascem” ao longo do dia.

Isso também significa, para exemplificar, que quem nasce com o nascer do Sol, tem o Sol no Ascendente.

O Ascendente é, também, a cúspide (ou início) da casa 1 , enquanto que o descendente (que é o ponto do por do Sol) é a cúspide da casa 7.

Por ser a linha do horizonte, tudo que está acima é visível no momento do nosso nascimento, enquanto que tudo que está abaixo é invisível no momento do nascimento. Ou seja, quem nasceu de dia terá necessariamente o Sol entre as casas 7 e 12, enquanto que quem nasceu de noite terá o Sol entre as casas 1 e 6.

Meio do Céu, o ponto mais “alto” do Sol/Céu

Meio do Céu, por sua vez, é o ponto mais alto por onde o Sol passa naquele dia. É onde o Sol está quando é meio dia. O fundo do céu, ponto oposto, é onde o Sol estaria se fosse meia noite. Esses pontos também são, respectivamente, as cúspides das casas 10 (MC) e casa 4 (FC).

Mas, então, o que é casa interceptada?

Bom, quem vive nas regiões tropicais e/ou dependendo da época do ano, conseguimos ver o Sol “a pino” no topo da cabeça quando é meio-dia. Em São Paulo ou Rio de Janeiro, por exemplo, se você vai para a praia no auge do verão, meio dia verá o Sol muito alto no céu.

No entanto, se você está no hemisfério norte e/ou dependendo do lugar e época do ano, no inverno, por exemplo, mesmo ao meio dia não vemos o Meio do Céu tão alto.

Assim, se sempre a linha do horizonte é a mesma, mas dependendo de região e época/estação do ano, o Meio do Céu é variável, isso significa que as casas nem sempre terão o mesmo tamanho. Conforme o céu “tomba”, algumas casas poderão ser maiores e outras menores.

Se uma casa astrológica passa a ter mais do que 30 graus de distância, sendo que cada signo tem 30 graus, ela passará a “engolir” um determinado signo, que se tornará um signo interceptado.

Se isso acontece de um lado, acontece também com a casa oposta. Assim, teremos dois signos interceptados, no mesmo eixo. Se isso acontecer, outros dois signos precisarão abrir duas casas, opostas, já que elas terão menos de 30 graus.

Exemplo de Meio do Céu “tombado”:

Ou seja, é algo extremamente comum e, em muitas regiões do planeta e/ou estações/épocas do ano, todos os nascidos ali terão casas/signos interceptados. Isso é muito mais comum do que se imagina e não gera nenhum problema para quem tem isso no mapa. Além disso, não é um fenômeno especial, cármico, trágico ou mágico. É apenas uma condição astronômica que gera algo específico a ser interpretado astrologicamente.

O signo interceptado funciona de outra maneira (na hora de interpretar, tecnicamente falando)

Caso haja um planeta no signo interceptado, ele terá sua expressão acontecendo normalmente. Além disso, seu planeta regente o representará e ele estará presente em sua vida.

Enquanto regente da casa, o planeta regente do signo interceptado funcionará como uma espécie de co-regente, agindo em segundo plano com relação ao regente da casa. Mas, em termos de previsões, todas as vezes que ele for ativado, os assuntos da casa também serão.

Os regentes dos signos que abrem duas casas terão suas influências em ambas as casas, cujos assuntos podem se relacionar.

São detalhes a serem observados pelo astrólogo na hora de interpretar um mapa e/ou fazer previsões astrológicas, sem grandes diferenças ou consequências na vida de quem tem isso no mapa, já que é comum, mesmo sem interceptação, que mais de um planeta seja regente da casa e que um mesmo planeta seja regente de mais de uma casa, uma vez que alguns signos possuem dois planetas regentes.

O que pode acontecer, assim, é que a casa fique mais sujeita a acontecimentos, já que possui mais regentes, mas, como dito acima, isso acontece em outros casos também.

Por isso, caso você tenha signos interceptados, nada de pânico. Isso não é uma condição especial, nem motivo de sofrimento nem algo mágico, cármico ou que mereça preocupação ou tratamento especial. É algo a ser observado pelo astrólogo como todo resto do mapa, para que a interpretação e as previsões sejam feitas corretamente.

Lembre-se: nada substitui uma análise detalhada e personalizada feita por um(a) bom astrólogo(a).

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