Estou sempre contando pra vocês que Astrologia é uma área do conhecimento antiga, que inclui outros saberes e que é muito mais complexa do que muita gente imagina. Vai muito além do horóscopo do jornal, dos signos e das coisas bobas que muitas vezes ouvimos ou lemos por aí.
Astrologia tem pelo menos 6 mil anos da forma como conhecemos hoje e é praticada durante todo esse período, tendo passado por diversas civilizações e culturas. Baseada em diversos fundamentos e embasamentos, que em tempos antigos já foram considerados científicos, a prática constante nos mostra sua eficácia e profundidade.
Apesar disso, muito preconceito ainda gira em torno desse saber tão antigo e complexo, especialmente pela falta de conhecimento e informação sobre o que de fato ela inclui. Para completar e piorar a situação, há muita bobagem circulando nas redes sociais e a superficialidade ou tom mais voltado ao humor muitas vezes reforçam a imagem de algo muito superficial e sem consistência. A aura mística que muitas pessoas incluem completa a situação e levam muita gente a achar que Astrologia é algo esotérico ou ligado a alguma religião. Mas ela não tem nada disso.
E muito embora Astrologia não seja considerada ciência dentro do que se entende por ciência hoje em dia, ela não deixa de ser uma área do conhecimento séria e que deva ser respeitada. Muito do que gostamos e apreciamos e que funciona tem o mesmo status da Astrologia. É o caso da psicologia, da música ou da literatura, por exemplo.
Falei muito sobre isso durante meu mestrado e quem tiver interesse pode ler minha dissertação de mestrado, na qual eu dedico uma parte grande à história e fundamentações da Astrologia, bem como explico o porque ela pode ser considerada uma forma de ver e compreender a vida e seus ciclos:
Mas qual é o público da Astrologia?
Quem apenas lê horóscopo ou acompanha memes astrológicos, nem sempre sabe que Astrologia na verdade é muito mais profunda e que tem diversas aplicações práticas, que vão das finanças à gestação, passando por temas individuais e coletivos.
Uma consulta astrológica pra valer, incluindo a análise de um mapa, momento e previsões, é um mergulho profundo na personalidade e na vida de alguém. O astrólogo, enquanto tradutor do céu, ajuda a organizar informações sobre sua própria personalidade e comportamento nas diversas áreas da vida. Além disso, mostra os diversos caminhos possíveis para que alguém possa tomar suas decisões de forma muito mais coerente com sua própria essência e recursos pessoais.
Por isso ela é voltada para qualquer pessoa e na minha experiência pessoal, posso afirmar que esse público é bem amplo e diverso. Ao longo de mais de 20 anos de prática atendendo muita gente todos os dias, posso dizer que tenho muitos clientes homens e mulheres, adolescentes ou idosos, executivos ou donas de casa, juízes e engenheiros, estudantes e artistas, médicos e piscólogos, cientistas e cantores, escritores e matemáticos e qualquer outra profissão ou perfil que você possa imaginar.
De adolescentes em busca de identificar sua vocação à clientes de meia idade querendo redirecionar a carreira, as consultas giram em torno dos mais variados assuntos: gravidez, ter ou não ter filhos, como lidar melhor com o dinheiro, investir ou não em um imóvel, como melhorar um casamento ou saber a hora certa de separar, como ser uma pessoa melhor ou conseguir realizar os grandes sonhos de vida. Falamos sobre coisas boas, como nascimento de filhos, casamento, promoção e viagens ou coisas difíceis, como perdas importantes e questões de saúde.
Cada consulta é única, profunda e intensa, voltada para os temas daquela pessoa, afinal, cada mapa astrológico é único e não é sobre mapas ou signos que estamos falando, mas sim sobre pessoas, tendo o mapa como um caminho e ferramenta para isso.
E por que eu decidi falar sobre isso? Porque esses dias ao falar sobre Astrologia como área do saber fui altamente atacada no meu twitter e um dos comentários recorrentes era que Astrologia é coisa de mulher. E tem muita coisa errada nessa frase.
Dizer que algo é coisa de mulher em tom ofensivo nos coloca, mulheres, numa posição inferior. Um comentário cheio de misoginia e que nos desrespeita completamente. Gravidez, por exemplo, é coisa de mulher, assim como muitas outras coisas maravilhosas também são. Astrologia, que não é só coisa de mulher, tem, de fato um público feminino maior, mas isso se deve muito mais a um fato (que felizmente vem mudando) de que as mulheres, em geral, são muito mais buscadoras de si mesmas e de compreender a vida e seus ciclos.
Porém o público masculino (que sempre existiu, embora eles contem menos para os outros quando vão a um astrólogo) vem aumentando significativamente, além do fato de que muitos astrólogos são homens.
Quis escrever sobre isso especialmente para que possamos ser mensageiros de mais informação, para que a gente tente quebrar essa imagem de que somos inferiores ou bobas. Nós, mulheres, e nós, amantes da Astrologia.
Astrologia é coisa séria
Astrologia não é entretenimento. Não é uma coisa boba. Não é “essas coisas” que muitas vezes mesmo as pessoas – que gostam e até entendem – falar. Ao dizer “essas coisas” ou “essa coisa de signos” você, que ama Astrologia, está colocando ela num balaio cheio de coisas esquisitas e inexplicáveis, reforçando o preconceito que já existe.
Quem compartilha memes e coisas idiotas sobre “signos” também está reforçando esse comportamento.
Vamos aprender a distinguir conteúdos sérios dos que não são e consumir o conteúdo de quem de fato pratica uma Astrologia séria, profunda e responsável. Temos muitos ótimos astrólogos fazendo um bom trabalho.
Vamos ajudar a Astrologia encontrar um espaço de mais respeito.