A Lua é linda, sóbria, discreta. Passa quase sem ser percebida pela escuridão da noite. Seu sorriso lembra que está ali, com seus misteriosos segredos. Ela muda lentamente ou tão de repente. Fica cheia, espalhafatosa, cheia de luz. Quer deixar clara sua presença. Quer que todos saibam que ela está ali. Mas mesmo quando está ali, se mostrando toda, esconde uma boa parte de si. Por que será?
Dizem que um lado seu está sempre oculto. Por isso esse ar de mistério. Será por isso que rege as mulheres? Certamente é por isso que é tão fácil de ser vista, percebida e notada e tão difícil ser compreendida.
E depois de espalhar sua luz quer ser de novo discreta, mas com um sorriso mais tímido, de quem não quer se mostrar (apesar de continuar louca pra ser vista e notada).
Enfim, ela some, se esconde, fica ali sem que possam lhe ver. Mas continua de olho na gente e mesmo sem que possamos vê-la, seguimos sentindo toda sua força e presença.
Assim é a Lua: pra fora, pra dentro, triste, feliz. Assim ela vive, sempre em movimento, sempre igual mas sempre se transformando, mudando todo dia.
E porque é assim, intensa, completa, misteriosa, é difícil de se entender.
Quem acha que sabe tudo sobre ela se engana. Nada sabe. E quem acha que não tem como saber, sabe, porque consegue sentir.
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