A justiça, arcano VIII (ou XI) do Tarô. Depois que o Louco assume o controle do seu carro, é a primeira vez em que para para pensar. Um momento de reflexão de vida, de escolhas e de caminhos. A balança pesa. A espada julga. Ela só quer o equilíbrio. Nem mais, nem menos. Mas o equilíbrio não está no certo ou errado. Quem pesa e pondera, no fundo, não quer ser julgado, muito menos condenado.
Mas aí nos damos conta de que não estamos falando da justiça dos homens, cheia de certos ou errados, de bem ou mal. Essa justiça nos fala de causas e consequências e é um primeiro alerta mais objetivo de que nossas escolhas geram consequências e que temos que arcar com elas. Mas também nos lembra de que apenas temos que arcar co mas nossas escolhas. Nem mais, nem menos.
Ela também pode ser um convite para ajustar a rota, talvez até diminuir o ritmo. Muito em breve, ela será Eremita.
Em geral a Justiça chega na nossa vida num momento cheio de consequências e também de novas escolhas. Olha pra gente ao mesmo tempo fria e acolhedora. Fria, porque é racional. Acolhedora, porque mostra, ou pelo menos nos lembra, que são só escolhas , caminhos e consequências.
E que tudo na vida se ajusta, ou pelo menos boa parte das coisas podem ser mudadas e reformuladas.
O que temos que pensar ao olhar a Justiça é “fico agora com o que é meu e deixo com cada um o que é de cada um”. Cada um fica com o que te pertence. Esse é sem dúvida um dos desafios de um momento-justiça.
Outro objetivo do momento-Justiça é observar e assimilar sem pressa as consequencias das causas anteriores. Pensar em como seria pesar o outro lado da balança. Mas sem julgar, sem pesar demais pro lado de cá.
Sobre as novas escolhas, estão sempre aí, presentes, possíveis, agora, ontem, hoje, amanhã. Sempre serão causas e sempre terão consequências. Mas a vida, assim como o carro, nunca pode parar.