A homeopatia e a medicalização da vida
por Walter Swain Canôas
Quem nunca ficou confuso diante de algum tratamento médico? São tantas as informações, visões e possibilidades que muitas vezes nos questionamos quanto a validade dos tratamentos. Buscar um tratamento convencional, ou um novo tratamento “de ponta”, ou um tratamento dito “natural”, ou mesmo só observar… o que seria melhor? Para tentar responder temos que fazer algumas reflexões nada fáceis sobre a Medicina e a saúde. Qual seria o papel da medicina? Restabelecer a saúde nos doentes, lutar contra as doenças, deixar todos normais? As perguntas vão se somando e aumentam se encararmos a saúde segundo sua definição pelo Organização Mundial de Saúde, como o estado subjetivo de bem-estar físico e mental que possibilite um equilíbrio em relação ao meio em que se vive. Não basta acabar com o mal, ou agir com o que se acha correto, o ser humano é mais complexo. Por isso é natural que recorramos aos médicos e é aí que as coisas podem se complicar ainda mais. Além de ser uma ciência, a medicina é também uma arte. Arte de examinar o mal e aplicar os princípios para curar ou aliviar. Ciência para observar os fatos, cataloga-los, esclarece-los e interpreta-los, para tornar mais segura e eficiente a aplicação dos métodos da Arte. Sem isto, falta ao médico uma base geral e cada um tenta preencher a lacuna imaginando a medicina a seu modo, geralmente de acordo com a propaganda terapêutica em moda na época ou de acordo com uma especialidade, o que está transformando a medicina em um conjunto de técnicas frias que se constituem em formas de poder e controle. É o que se chama BIOPODER, prática denunciada pelo pensador Michel Foucault como forma do estado moderno que visa o lucro, de explorar numerosas e diversas técnicas para subjugar os corpos, controlar a população e mover a indústria farmacêutica. Atualmente este seguimento econômico é o segundo em lucros e investimentos, perdendo apenas para a indústria da guerra. Nem por isso nos sentimos mais saudáveis ou observamos o declínio das doenças. Já sabemos hoje, que as mortes por medicamentos e intervenções médicas clínicas e cirúrgicas chega a ser um quarto das causas de morte nos países desenvolvidos, sem falar nos erros médicos que podem ocorrer. Tudo isso se agrava quando transformamos situações normais da existência, por exemplo, a menstruação, a menopausa, o envelhecimento, a morte, a adolescência, a atividade sexual, os distúrbios psíquicos, dificuldades de aprendizado, os excessos digestivos, etc, em situações clínicas que devem ser tratadas, ao invés de mudar atitudes, prevenir doenças, promover a qualidade de vida ou o desenvolvimento humano. É o que se chama MEDICALIZAR A VIDA, reduzindo a autonomia e induzindo remédios e técnicas perigosas para pessoas saudáveis. Este consumo sem reflexão dos medicamentos e técnicas causa um consumismo impróprio que acaba com as estratégias de saúde e nos tira o poder sobre nossa própria vida. Delegamos nosso maior bem a um sistema desumano onde alguns obtém lucros exorbitantes sem nenhum ganho real para o ser humano.
A MEDICINA HOMEOPÁTICA vê com outros olhos, e esta é uma das suas contribuições para este tema tão importante. Pois observa o organismo humano como um todo indivisível e propõem, como ciência estritamente de observação, um método científico que integre os ramos do conhecimento biológico num todo tal qual o organismo. Procura desenvolver um processo de cura com medicamentos eficazes e que não causem mais sofrimentos, uma vez que atuam no corpo vital restituindo o equilíbrio interior. Também tem uma atuação preventiva desenvolvendo a imunidade e afastando as pessoas das causas das doenças. A Homeopatia é de fato muito barata e fácil de ser implementada e integrada à estratégia de saúde. É também de fácil compreensão e permite ser conhecida de forma mais profunda e atual pela ciência de ponta como a física de energia da matéria e o do metabolismo namoquímico.
A medicina nasceu com o homem vítima do sofrimento. Nós médicos observamos a doença e damos o remédio, depois tentamos explicar segundo nosso grau de espírito, cultura e ciência. É assim que age a Homeopatia desde seu nascimento, sabendo como seu criador, que uma boa meta visa além de seu tempo; de tentar melhorar o que se encontra ao nosso alcance e que tivermos o poder de melhorar, e antes de tudo melhorarmos a nós mesmos. Queremos restabelecer a saúde de forma rápida, a mais inócua e eficaz, desenvolvendo as defesas e garantindo a autonomia do ser humano em relação a sua vida. Desmedicalizar ao máximo e evitar o esgotamento das forças vitais de defesa, desenvolvendo a saúde e mitigando o sofrimento. Permitindo que o indivíduo possa se encontrar livre das doenças e assim buscar os altos fins da sua existência.