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A conjunção Saturno-Urano

Estruturando as mudanças

 

A partir do segundo semestre teremos no céu uma oposição Saturno-Urano que, com alguns intervalos, apresentará seus efeitos ao longo dos próximos dois anos. Sendo Urano um dos regentes do capitalismo, das indústrias e da economia, o trânsito negativo de Saturno breca o crescimento ligado a estas áreas. Como sempre, Saturno pede infra-estrutura, organização e alguns limites. E em contato com Urano limita justamente o crescimento desenfreado da economia capitalista, pelo menos naquilo que não tem a base suficientemente estruturada para que possa crescer. Aponta a necessidade de frear o crescimento econômico, desacelerando a economia. Exige que exista organização e estrutura para que possa crescer novamente. Tendemos a ter pela frente um momento de dificuldades econômicas e uma limitação ao crescimento. Assim, pelo menos nos próximos dois anos, o crescimento econômico mundial tende a desacelerar, criando um ambiente recessivo que deve se agravar no segundo semestre deste ano e se consolidar em 2009. As bolsas mundiais tendem a recuar ou pelo menos não ter o mesmo desempenho dos últimos anos, assim como todo mercado financeiro. Tendem a surgir problemas estruturais, pedindo maior investimento em infra-estrutura e menos no crescimento em si. Isto gera a sensação de estagnação e bloqueio, mas é um passo necessário a um novo crescimento posterior. Como Urano rege também a tecnologia, os aviões e a eletricidade, com a oposição de Saturno estas áreas também passam por crises no mesmo sentido. É hora de criar bases estruturais para que se possa voltar a crescer. Assim, problemas com a aviação, as indústrias e a tecnologia passam a ser evidentes, pedindo atenção. Podem acontecer apagões tecnológicos ou maiores dificuldades na aviação, pedindo investimento nestas áreas, como na segurança, por exemplo. Podemos também transportar estes significados para nossas vidas e pensar que de alguma forma esta energia nos acompanhará pelos próximos anos. É hora de fazermos um balanço em nossa vida e observarmos a necessidade de estruturarmos se desejamos ir além. Precisamos investir mais nas bases se desejamos voar e nos tornarmos independentes. Caso contrário nos sentiremos estagnados com obstáculos ao crescimento, às novidades e à liberdade. Assim, vamos criar bases sólidas e concretas para seguir adiante em nossa vida, buscando o novo de forma mais estruturada. Temos de um lado a necessidade de uma base segura e estruturada e do outro o desenvolvimento, o moderno, o novo. E só podemos conquistar isso tudo com solidez e segurança. Então não adianta querer romper com o antigo e buscar de forma desorganizada o futuro. Pelo contrário. O momento é de cuidar bem de um lado para se conquistar o outro. Isto porque todos nós estaremos vivendo esta oposição e, portanto, teremos Saturno e Urano transitando ao mesmo tempo em casas opostas. Ou seja, se não organizarmos bem uma área de nossa vida, as mudanças tendem a ser caóticas e desorganizadas. Assim, é fundamental observarmos onde o momento pede trabalho, dedicação e estruturação e em que temos que fazer mudanças e buscar o novo e, com muita paciência e dedicação, aliar ambas as energias. Vale comparar com a história dos três porquinhos, onde dois deles construíram suas casas de forma precária – palha e madeira – para que tivessem mais tempo livre para a diversão enquanto o outro irmão, arduamente, construiu sua casa com tijolos. Quando o lobo avista as primeiras casas frágeis, com um simples assopro derruba uma a uma, obrigando os porquinhos a dirigirem-se a casa com mais estrutura, que de forma alguma pôde ser derrubada com o assopro do lobo. E, ainda, quando o lobo decide descer pela chaminé, os três porquinhos com consciência do futuro risco puderam se preparar de forma a vencer o lobo, que cai num caldeirão. Este conto infantil pode nos ajudar a entender uma oposição de Urano a Saturno, que só conseguirá derrubá-lo se não houver suficiente estrutura. Caso contrário, tal qual a casa feita de tijolos, o risco pode existir, mas com menores problemas e simplesmente como um alerta ou um teste à estrutura existente.

Este artigo foi publicado no jornal O Legado de julho de 2008

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