Ícone do site Titi Vidal

A conjunção Marte-Saturno

Por Titi Vidal

Os planetas se movimentam em diferentes velocidades, mas sempre de forma cíclica. Isto possibilita a formação de ângulos entre eles, sendo que a alguns específicos damos o nome de aspectos. É o caso dos ângulos de 60º, 90º, 120º e 180º, chamados aspectos maiores ou Ptolomaicos. Existem outros como a conjunção, que acontece quando dois planetas estão localizados no mesmo grau do mesmo signo. Não temos, portanto, um ângulo, mas um encontro. Em Astrologia mundial as conjunções marcam importantes ciclos na história, em especial as que acontecem entre planetas mais lentos. São as chamadas grandes conjunções que, quando acontecem, marcam o início de um ciclo que irá se desenvolver até que uma nova conjunção entre ambos ocorra novamente. Este desenvolvimento acontecerá especialmente nos novos ângulos importantes formados entre eles. Entre estas grandes conjunções existem algumas menores, como as realizadas por Marte. É o caso da Marte-Saturno, conjunção que indica, entre outros acontecimentos, a possibilidade de golpes militares, conflitos armados, incêndios, queda de pontes, presença do exército nas ruas, atentados, violência, guerras, desastres naturais, acidente de trem, luta por território e ameaças à democracia. É importante lembrar que a conjunção acontece em termos mundiais e, obviamente, não acontecerão todas estas coisas em todos os lugares no mundo. E a primeira razão é que a conjunção é um princípio ativo, uma tendência que para que se concretize precisa encontrar um princípio passivo. Ou seja, só acontecerá um determinado fato em um local predisposto a isto. E isto podemos verificar ao observar o mapa astrológico de um determinado lugar bem como sua situação econômica, política ou natural. Além disso, existe uma técnica astrológica, chamada astrocartografia, que nos permite verificar onde no mundo uma conjunção foi vista de forma angular, ou seja, em que locais ela tende a provocar maiores efeitos. Com isto em mãos e a análise dos passivos em cada um destes lugares é possível fazermos uma previsão para aquele ciclo, isto é, em que lugares e o que exatamente tende a acontecer.
Dia 10 de julho tivemos uma conjunção Marte-Saturno, que aconteceu a 5º do signo de virgem. Esta conjunção projetada no planisfério aponta alguns locais como possibilidades para seus efeitos serem mais evidentes.
O primeiro ângulo a ser observado é o Meio do Céu. Isto significa lugares cuja conjunção acontece no ponto mais elevado do céu. Para esta Marte-Saturno, a conjunção foi vista no Meio do Céu no centro da Groenlândia, em parte do oceano Atlântico e no Brasil, especificamente regiões norte/nordeste, passando pelo sertão da Bahia, Piauí, Pará, Minas Gerais, Rio de Janeiro e parte do Estado de São Paulo.
A mesma conjunção foi vista no fundo do Céu, ou seja, na casa IV, no leste da ex União Soviética, em parte das Coréias, no Japão, na Nova Zelândia e na Austrália.
E ainda nos ângulos (casas I e VII) foi vista, entre outros lugares, no Irã, na Etiópia, na Somália e em Moçambique.
Estes são, portanto, lugares onde a Marte-Saturno tende a ser notada de forma mais evidente.
Se focarmos no Brasil, é importante lembrar que em 1932 e em 1964 esta mesma conjunção foi vista no mesmo ponto e foram períodos marcados por ditadura, revolução e muita violência.
Sabemos que a violência no Brasil é um grande problema e isto tende a se evidenciar nos próximos dois anos, tendo em vista a Marte-Saturno. E uma das principais idéias desta conjunção é a falta de infra-estrutura gerando as conseqüências que ela aponta. Por isso temos como passivos as favelas e os presídios, por exemplo, sendo que tendemos a ter problemas relacionados com isso. A violência pode aumentar, gerando a necessidade de reações igualmente violentas ou duras por parte da polícia e dos governos. O governo, por sinal, tende a estar mais duro, querendo manter o poder, sendo possível a tomada de decisões mais radicais ou antidemocráticas. A evidência da corrupção nestes setores – presídios, polícia, governos – também pode ficar em destaque. Ou seja, tende a ocorrer um certo clima de terror neste sentido. E os principais focos devem ser São Paulo e Rio de Janeiro.
O período também pode ser mais tenso e violento em relação aos sem-terras e às alas mais radicais do governo. Isto porque os movimentos agrários e dos sem-terras tende a aumentar com esta conjunção que está intimamente ligada à luta por território e sobrevivência. Assim, a violência nos campos poderá aumentar.
Outro foco no caso do Brasil são as estradas e o trânsito. Em especial nas estradas com menos infra-estrutura, onde a tendência é que aumente o número de acidentes e violência em geral.
A Marte-Saturno está ligada a acidentes envolvendo pontes, trens e barragens, também seguindo este raciocínio de que as chances aumentam no caso de pouca infra-estrutura. Assim, podem ficar evidentes os problemas nas ferrovias, por exemplo.
Como não é um aspecto democrático, podem haver dificuldades dentro do próprio governo, com disputas por poder e atos mais duros e autoritários, tudo para manter o poder.
Em relação ao norte e ao nordeste, esta conjunção pode indicar problemas relacionados à seca, pois é um indicativo de clima seco e miséria, o que gera maior violência e êxodo nestas regiões.
Assim, esta conjunção pode evidenciar que o Brasil tem dificuldades em resolver seus problemas ligados à corrupção, à violência, aos presídios, à fome, à miséria, às estradas e ferrovias, fazendo com que o governo sinta-se forçado a tomar decisões mais radicais em busca de uma solução.
Em um nível pessoal, a conjunção Marte-Saturno indica a necessidade de organização e disciplina para que nossos objetivos possam ser concretizados. Assim como em grande escala precisa-se de infra-estrutura, caso nosso desejo seja concretizar algo precisamos de uma boa base, trabalho e responsabilidade, para termos a definitiva conquista. É importante lembrar que muitas vezes se fazem necessárias privações em nome de algo maior e que somente com paciência e persistência podemos chegar ao destino desejado. Além disso, pode ser necessário poupar energia para que o objetivo seja concretizado, com autocontrole e muita disciplina.

Este artigo foi publicado no Jornal O Legado de agosto de 2008.

Sair da versão mobile