Já imaginou chegar a sua casa de um do trabalho e ouvir alguém contar uma história para você? Ou você mesmo preparar um conto para narrar ao pé da cama do seu filho?
Já ouviu uma voz suave dizer: Vem senta aqui. Pega um cobertor, uma xícara de chá. Se acomode, o fogo vai aquecer nossa face enquanto contamos histórias que aquecem nosso coração. Vem, vou te aproveita, temos sob as nossas cabeças a lua e as estrelas iluminando a noite e nossos pés tocando a terra. Vou te contar uma história, te dar um respiro e um descanso desse dia, vou te levar para um lugar mágico, onde os animais falam, existem dragões e castelos.
Pode ser que um adulto não goste tanto da ideia, porque nem sempre somos capazes de mergulhar na imaginação e encontrar novas formas de existir no nosso dia a dia, em nossas rotinas frenéticas dos grandes centros.
Mas experimentar fechar os olhos e ouvir palavras te conduzirem pode ser uma experiência maravilhosa de pausa e conexão. Não por menos, os em círculos humanos com diferentes gerações as tradições, os valores, a cultura e os ensinamentos místicos eram transmitidos nas sociedades tribais.
O mundo passou tantas transformações nos últimos séculos que esses momentos de encontro de gerações, de circulo humano para troca de experiências foi sendo perdido. À medida que nos tornamos seres tecnológicos vamos encontrando outras formas de contar nossas histórias, outros termos. Outros espaços em geral virtuais e o contato entre as pessoas vão ganhando novos significados. Sem olhar para isso como algo bom ou mau, mas com um fato, percebo muitas perguntas surgindo ao redor do sentido de porque contar histórias em casa e que diferença faz isso.
Então para responder essas perguntas tem uma resposta bem simples: As histórias, os contos, os mitos, as lendas e as biografias humanas formam uma fonte inesgotável para acessarmos a imaginação e sermos pessoas criativas e empáticas com os outros.
Agora quando além de um busca em ser uma pessoa criativa e empática, você está exercendo o papel de mãe, pai, cuidador ou educador de uma criança, isso fica ainda mais evidente.
A criatividade e a empatia são duas das 5 principais habilidades do futuro independente da área além disso, apresentar as infinitas formas de existir. Como se isso não bastasse, ao contarmos histórias levamos algo indescritível transmitido entre as palavras e fortalecemos nossos vínculos afetivos, porque vivenciamos com as crianças lugares onde absolutamente tudo pode, nada é absurdo se acontecer e elas são livres para experimentar elas mesmas como reis, rainhas, bruxas e vilões.
Então aqui seguem 5 dicas para contar histórias em casa:
- Entenda a diferença entre ler e contar e histórias: Escolha o caminho mais prazeroso para você, porque tudo que fazemos com prazer tendemos a fazer melhor. Ler é diferente de contar, uma prática não anula a outra. É importante que tenha claro que ao lermos uma história temos um objeto entre o narrador e ou ouvinte, onde a palavra experiência com a palavra é mais visual. Quando contamos histórias damos espaço para a oralidade, nosso centro de percepção é auditivo, temos a experiência da unidade porque ouvimos com a reverberação do som em nosso corpo inteiro.
- Escola um conto que faça seu coração vibrar: Isso significa buscar uma história que traga imagens significativas para você e para o outro. Uma história que transmita um ensinamento para uma necessidade do momento, que seja inspiradora, que traga uma descoberta. Uma história que também te nutra enquanto adulto e te leve um pouco a ser criança.
- Prepare esse momento: Defina um horário possível, para que isso aconteça sem pressa. Escolha um lugar que você possa ler ou contar esse conto com aconchego. Crie uma atmosfera especial e simples. Isso pode ser feito com uma vela, um sino, um tecido.
- Traga o ouvinte para esse momento: Faça com simplicidade, com presença integral, desligue tudo o que possa te distrair, reserve esses minutos, torne isso ser um ritual de entrega para que você seja um portador da imaginação.
- Conte ou leia o conto sem expectavas: Ou seja, permita que a história faça seu trabalho, não traga a moral do conto, a compreensão do texto, analise dos personagens. Deixa isso para a escola. Esse momento em casa é um momento de nutrição, diversão e bem estar.